• Carregando...

O bullying, personagem tão conhecido no ambiente escolar, não está mais restrito aos alunos. De acordo com um estudo do sindicato dos professores do Reino Unido, NASUWT, os educadores também estão sendo alvo de abuso, que é cometido, principalmente, nas redes sociais pelos pais dos estudantes. Segundo a pesquisa, 60% dos mestres relataram ter sofrido comentários agressivos na internet, enquanto que em um estudo do mesmo tipo, feito em 2014, a proporção era de 21%.

Peça infantil em ônibus fala sobre a tolerância

Espetáculo itinerante será apresentado dentro da mostra Gastronomix

Leia a matéria completa

O estudo submeteu 1.500 professores a um questionário e identificou que os pais dos alunos utilizam, sobretudo, o Facebook para ofender os profissionais. Entre as publicações na internet, os professores são alvo de posts racistas, sexistas e até mesmo ameaças. Além de serem ridicularizados, os educadores também são alvo de acusações falsas de pedofilia, por exemplo.

O sindicato ainda chama atenção para o fato de que as escolas não têm tomado providências com medo de que os pais tenham reações ainda piores. Uma professora relata que chegou a pedir uma posição da instituição, mas obteve como resposta do diretor que a escola não gostaria de se envolver porque poderia “levar a reputação do colégio à ruína”. O quadro preocupante pode explicar a dificuldade encontrada pelas escolas para recrutar novos profissionais.

O aumento no índice de cyberbullying sofrido pelos docentes está relacionado justamente ao maior envolvimento dos pais nesses abusos. Segundo a BBC, dos submetidos a insultos via internet, quase metade (48%) afirmou que os comentários foram postados por alunos, 40% disse que eles vieram de pais e 12% de que recebeu xingamentos tanto de pais como de alunos.

Segundo o estudo, 62% disseram que os alunos postaram apenas insultos, sendo que 34% afirmaram que os estudantes tiraram fotos ou fizeram vídeos dos docentes sem consentimento.

Um terço dos profissionais (33%) recebeu xingamentos com relação ao seu desempenho como professor, 9% foram acusados de comportamento inapropriado e 8% foram ameaçados.

Na questão etária, segundo a pesquisa do NASUWT, mais da metade (57%) dos responsáveis pelos insultos tinham idade entre 14 e 16 anos, 38% tinham entre 11 e 14, 20% entre 16 e 19 e 5% entre sete e 11 anos.

Entre os casos, está o de uma professora que teve a imagem publicada no Facebook por um aluno e foi alvo de comentários como “vadia”. Outra profissional relatou ter sido perseguida durante nove meses por um aluno que a enviava mensagens com conteúdo sexual e criou no Facebook uma conta falsa em seu nome.

Há ainda o caso de uma docente que foi chamada de “lixo” e de “puta” pelos pais de uma aluna que a acusavam de tentar matar a estudante por não permitir que ela usasse seu inalador em sala. De acordo com a professora, a acusação era falsa. O sindicato relatou ainda que à outra professora foram destinados comentários como: “Espero que ela tenha câncer”.

“É preocupante observar que o abuso contra professores tenha crescido tanto neste ano. E igualmente preocupante é que parece que principalmente os pais são autores desse tipo de coisa”, afirmou a secretária geral do NASUWT, Chris Keates que pediu que o poder público encare a questão e exigiu que as escolas usem de todas os métodos disponíveis para coibir os abusos.

De acordo com a secretária geral do sindicato, muitos professores afirmam suspeitar que estão sendo alvo de agressões na rede, “mas evitam olhar por medo de depois não conseguirem andar pela escola novamente e encarar seus agressores.”

A pesquisa conclui que a maioria dos abusos são cometidos por alunos da educação secundária— que compreende alunos do segundo segmento do ensino fundamental e do ensino médio— principalmente no Facebook, mas também em outras redes como o Snapchat e o Instagram.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]