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Palestra em escola de Maringá em 2015. | Reprodução/Facebook.
Palestra em escola de Maringá em 2015.| Foto: Reprodução/Facebook.

A ideologia de gênero voltou à pauta em Maringá (PR) dois anos após a Câmara de Vereadores da cidade ter vetado o tema do currículo das escolas municipais.

O vereador Sidnei Telles (PSD) enviou um questionamento ao núcleo regional de Educação sobre palestras promovidas em escolas pela Associação Maringaense de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (AMLGBT). O objetivo declarado das atividades é combater a “LGBTfobia”, mas há poucas informações sobre o conteúdo e o formato dos eventos. 

“O que nós não queremos é que as coisas sejam propositalmente forçadas, amplificadas ou midiatizadas, como muito tem acontecido nos dias de hoje”, argumentou o vereador, em vídeo divulgado em sua página no Facebook. 

Ele também questiona os critérios usados para a escolha da associação, já que outros grupos poderiam dar palestras contra o preconceito a partir de pontos de vista diferentes. “O núcleo tem que dizer todas as instituições que ele tem convidado”, afirma. 

Histórico

Palestras do tipo têm acontecido pelo menos desde 2015, como mostram publicações da AMLGBT na internet: no Colégio Estadual Olavo Bilac, a presidente da entidade, Margot Jung exibiu um slide explicando que um transexual é “alguém que possui uma identidade de gênero diferente do sexo designado no nascimento”. 

Os pressupostos apresentados por ela são a base da chamada ideologia (ou teoria) de gênero, que não são ponto pacífico entre os estudiosos da Medicina e da Psicologia. À Gazeta do Povo, Margot Jung disse que as atividades acontecem a convite das escolas, geralmente por causa de episódios de discriminação. 

“Não é da alçada do vereador impedir que essas palestras aconteçam. A função dele, para que ele foi eleito, é cuidar das escolas municipais. Esses problemas de homofobia e LGBTfobia nas escolas são constantes e temos que combate-los independente do que pensa a Igreja", afirma Margot. O vereador Telles tem entre os católicos sua base eleitoral.

Por outro lado, o núcleo regional de Educação parece saber pouco sobre o programa. A coordenadora de gestão do núcleo, Maria Solange Baraca, afirma que, se alguma escola está convidando a associação para essas palestras, é por conta própria. 

Sueli Ibanez, coordenadora de Diversidade do Núcleo Regional de Educação, também afirma que não há um programa integrado que promova essas atividades “Foram algumas escolas que tiveram contato direto com a palestrante, no sentido de diminuir o preconceito e a discriminação nas escolas, sempre com foco no respeito ao ser humano".  

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