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Pesquisas de Huei Diana Lee ajudam a identificar, entre outros dados, as formas de manifestação de algumas doenças | Christian Rizzi / Gazeta do Povo
Pesquisas de Huei Diana Lee ajudam a identificar, entre outros dados, as formas de manifestação de algumas doenças| Foto: Christian Rizzi / Gazeta do Povo

A professora Huei Diana Lee é movida por um lema: usar os números a favor da vida. Com esse objetivo, ela conquistou o título de melhor pesquisadora na área de inteligência artificial do Paraná. Doutora em Ciências da Computação, Huei trabalha na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), câmpus Foz do Iguaçu, onde desenvolve pesquisas na área da computação com interface na Medicina.

A dedicação e o amor pelo trabalho foram decisivos para colocar Huei no topo da ciência paranaense. Há 11 anos, ela coordena o Laboratório de Bioinformática (Labi), da Unioeste, situado no Parque Tecnológico de Itaipu (PTI). Em pouco mais de uma década de trabalho, o Labi tem no currículo mais de 240 publicações, entre produções de iniciação científica e artigos em periódicos da área. Registrar patentes e receber prêmios já se tornaram rotina para a professora, que hoje trabalha com uma equipe de 13 alunos de graduação e pós-graduação.

Os pesquisadores do Labi não se inibem por atuar em uma cidade do interior, apesar das dificuldades. De acordo com Huei, o maior obstáculo é conseguir financiamento. Porém, o resultado é compensador pela possibilidade de compartilhar conhecimento e abrir novos caminhos para os alunos. "Os jovens do interior têm que ter a oportunidade de enxergar mais longe. E isso é o mais recompensador", diz.

Huei dedica-se à área de inteligência artificial desde que ingressou no mestrado, em 1998. Logo no início, apaixonou-se pela ideia de usar números e dados em benefício da Medicina. Hoje, uma das principais vertentes da pesquisa dela está relacionada à mineração de dados. A proposta é usar processos computacionais na área de inteligência artificial para descobrir padrões em dados coletados. Assim é possível, por exemplo, identificar, por meio de números, formas de manifestações de certas doenças. Um dos projetos em andamento refere-se ao estudo da doença de Crohn, que ataca mucosas do corpo.

Pesquisadora vinculada à Universidade de São Paulo em São Carlos e à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde é orientadora na pós-graduação, Huei diz que trabalha de manhã até a noite e isso não pesa porque faz o que gosta. Mesmo diante de tanto esforço, a premiação foi uma surpresa para ela. "Para nosso grupo é um reconhecimento porque estamos fora dos grandes centros. Eu sabia que nós estávamos trabalhando muito, mas não esperava que estivéssemos entre os 20 primeiros".

Especialistas analisaram 641 currículos Lattes de todo o país

Para fazer o ranking dos melhores pesquisadores na área de inteligência artificial do país, foram analisados 641 currículos da Plataforma Lattes. A professora Huei Diana Lee ficou em primeiro lugar no Paraná e em 18º no Brasil. Na análise, foram considerados parâmetros como a quantidade de registros de patentes, publicação de artigos em periódicos científicos e prêmios conquistados.

Os currículos foram analisados por pesquisadores do Instituto de Matemática e Estatística (IME), da Universidade de São Paulo (USP), do Centro de Matemática, Computação e Cognição (CCMC) da Universidade Federal do ABC (UFABC), a pedido da Sociedade Brasileira de Computação.

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