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 | Krystal Garrett Airman 1st Class374th Airlift Wing Public Affairs
| Foto: Krystal Garrett Airman 1st Class374th Airlift Wing Public Affairs

Mudanças nem sempre são bem vistas por crianças e adolescentes, seja em sua rotina ou no ambiente escolar. Com a transição entre as etapas escolares - seja do Ensino Infantil para o Ensino Fundamental ou do Fundamental para o Médio, novas responsabilidades, dúvidas e inseguranças surgem para os estudantes.

Novas disciplinas, diferentes professores e colegas e interação com alunos de outras idades fazem parte deste processo. Cabe à escola e aos professores “preparar o terreno” para que as crianças possam aceitar a evolução de forma gradual e segura. 

Nova realidade 

No caso dos estudantes recém-saídos da Educação Infantil, as primeiras dificuldades podem aparecer diante das responsabilidades que surgem logo ao ingressar no Ensino Fundamental. 

Segundo a pedagoga e Coordenadora do Ensino Infantil do Colégio Marista, Sibele Dal’Col Guimarães, a escola precisa permitir que o jovem primeiramente entenda essa transição. 

“O tempo-espaço da Educação Infantil acontece de maneira mais flexível, permitindo que a criança vivencie, explore e construa seu conhecimento de maneira singular”, afirma ela, que crê que essa organização muda gradativamente com a entrada da criança no ensino fundamental. 

Processo gradual 

Essa atuação gradual de professores e coordenadores foi fundamental para que a filha da professora Juliane Regnier compreendesse a nova etapa escolar. Manuela Regnier tem seis anos e ingressou no 1° ano do ensino fundamental em 2016. 

“A Manuela não teve muitas dificuldades na transição graças à escola, que fez com que ela entendesse a mudança. A única diferença, notada por ela e por mim, foi a frequência dos deveres de casa”, conta. 

Criatividade e engajamento de professores e diretores conseguem fazer diferença na vida dos alunos. 👏👏👏

Publicado por Gazeta do Povo em Segunda, 25 de dezembro de 2017

Preparando para o vestibular 

A preparação para o vestibular, logo ao entrar no Ensino Médio, é um dos maiores desafios no processo de transição escolar. “As mudanças que ocorrem na fase da adolescência podem atrapalhar no sentido organizacional e no tempo de estudo dos alunos, visto que tais mudanças alteram o sono, o humor e os interesses do adolescente”, analisa a psicopedagoga Cláudia Martins de Souza, Mestre em Educação. 

No colégio onde estuda o filho da personal trainer Larissa Kaiss, o próprio uniforme é usado como ferramenta para que os adolescentes entendam que estão em uma nova etapa de suas vidas: o tradicional uniforme verde da instituição é substituído pela cor preta, diferenciando aqueles que ingressaram no Ensino Médio. 

Larissa, porém, afirma que apenas o diálogo e um novo uniforme não são suficientes para que os jovens se adaptem; ela aponta dificuldades principalmente no excesso de tarefas e atividades fora do horário das aulas. 

“Adequar a rotina ao contraturno foi complicado, pois ao menos uma vez na semana ele tem aula à tarde, sem contar as tarefas extras”, diz. 

A pressão por ter de decidir uma carreira também pesa sob os ombros dos adolescentes nessa fase, gerando insegurança e preocupação: “Ele não escolheu ainda o que irá fazer. As dúvidas geram nervosismo, afinal alguns colegas já decidiram seus cursos, mesmo dois anos antes do vestibular”, finaliza. 

Socialização é fundamental 

Segundo estudo da Molloy College, universidade de Nova Iorque, os estudantes que ingressaram no ‘High School’ americano, equivalente ao ensino médio brasileiro, mostraram-se mais confiantes e abertos aos novos professores e à grade curricular se apresentados gradativamente a eles, mesmo durante as férias. 

A pesquisa entrevistou 127 estudantes do sétimo e do oitavo ano da Valley Stream Memorial High School, de Nova Iorque, que promove seminários durante o verão, para que os adolescentes habituem-se com a transição entre as duas séries. 

Segundo os estudantes, o seminário realizado pela Valley Stream os ajudou no processo de boas-vindas, auxiliado pela visita às instalações do colégio, além dos clubes que promovem atividades extracurriculares, fundamentais para a socialização dos jovens.

INVESTINDO NO FUTURO Pesquisas mostram um alinhamento cada vez maior dos projetos privados com as políticas públicas de ensino. #GazetadoPovo

Publicado por Gazeta do Povo em Sexta, 15 de dezembro de 2017
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