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Os criadores do Modular | Divulgação
Os criadores do Modular| Foto: Divulgação

Com a proposta – e o sonho – de melhorar o ensino no Brasil, três universitários de Brasília (DF) resolveram criar um projeto que une estudantes e professores. Assim nasceu a Modular, um aplicativo gratuito disponível nas plataformas Android e iOS e que funciona como um "Uber das aulas particulares", como Gustavo Abreu da Cunha, um dos criadores, de 23 anos, classifica em entrevista ao Gazeta do Povo.  

A vontade de inovar começou em 2013, quando Gustavo fazia cursinho pré-vestibular para ingressar em Engenharia Civil. Junto com as aulas, ele aproveitava para lecionar para alunos que tinham mais dificuldade de aprender e ganhar um dinheiro extra. "Mas começaram a aparecer muitos alunos e eu precisei chamar outros professores para trabalharem comigo", relembra ele, que hoje ensina Física também para quem está prestes a entrar na universidade. E foi assim que o esboço da Modular começou a surgir.  

Após um tempo de trabalho "informal", mas com a vontade de criar um negócio, Gustavo resolveu tirar a ideia do papel. Quando tentou emplacar o projeto, viu obstáculos pela frente. "Sentei com um programador que me cobrou R$ 35 mil. Não tinha condições para fazer acontecer." Apenas em agosto de 2016 ele se juntou com os amigos Callebe Mendes e Fillipe Rodrigues, das áreas de engenharia e TI, respectivamente, para criar o aplicativo.  

Como se cadastrar para trabalhar? 

Não é qualquer pessoa que pode fazer parte da equipe da Modular. O processo seletivo começa online:  os docentes enviam o próprio currículo. Depois dessa etapa, há um bate-papo virtual para conhecer melhor a pessoa e, por fim, uma entrevista presencial – nela, o candidato dá uma aula de 5 a 10 minutos aos criadores, para mostrar se tem conteúdo e dinâmica. O programa aceita tanto universitários que gostam de ensinar quanto professores formados. Por ora, o foco é a capital federal.

Um deles é a jovem Erika Timo, de apenas 18 anos. Estudante de Engenharia Elétrica na Universidade de Brasília (UnB), ela soube da oportunidade por meio da imprensa e resolveu tentar a chance. "Nunca tinha dado aula. Entrei de gaiato", admite. Para ela, que ensina Cálculo, Física e Matemática, um dos maiores benefícios do aplicativo é a possibilidade de montar seu próprio cronograma. "Posso dar aulas na época em que não tenho provas, dias que não tenho aulas. Tem sido tranquilo e é sempre bom guardar um dinheiro extra."  

Ajuda para quem precisa 

Boa parte dos alunos de Erika é mais velha do que ela. É o caso de Luis Felipe Miziara, de 24 anos, estudante de Engenharia Civil no Centro de Ensino Unificado de Brasília (Uniceub). "Às vezes, na faculdade, o professor 'vomita' a matéria e você não consegue acompanhar. Eu me sentia desamparado", afirma ele, que começou a ter aulas particulares de Cálculo com a docente desde agosto e já vê resultados.  

O app, que atualmente tem cerca de 90 docentes cadastrados, já ultrapassou os 1,5 mil downloads. Estudantes dos ensinos fundamental e médio pagam R$ 89,90 por uma aula de 1 hora e 40 minutos. Já os de Ensino Superior e cursinhos pré-vestibular, R$ 99,90. Também estão disponíveis aulas de idiomas – estas por um preço um pouco maior: R$ 115. O pagamento pode ser feito por cartão de crédito, transferência bancária ou boleto. Cada aula pode ter até cinco alunos.

Gustavo da Cunha tem metas ambiciosas para o Modular, mas diz que o lucro não é a principal delas: "Nós queremos mudar a Educação. A grana que vier é uma consequência."

Mercado disputado 

Apesar da novidade, a Modular não é a única a oferecer esse tipo de serviço. Aplicativos como AulaUP e Colmeia também fazem sucesso na internet. Já no exterior, um programa bastante conhecido é o TakeLessons, no qual é possível consultar professores com diferentes experiências, de diversas cidades, e agendar um horário com aquele que você se identificar mais. 

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