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Agressor pendurou frutas por postes e árvores do campus | Reprodução
Agressor pendurou frutas por postes e árvores do campus| Foto: Reprodução

 A American University, instituição de ensino de Washington, empossou pela primeira vez em sua história uma aluna negra como presidente do conselho de estudantes. Taylor Dumpson começou no cargo na segunda-feira (1º). Horas antes, porém, o campus acordou com dezenas de bananas penduradas por postes e árvores. Em cada fruta, uma inscrição fazia referência à líder estudantil. Uma manifestação racista que chacoalhou a AU. 

Nas frutas, podia-se ler “AKA Free” (que faz referência à Alpha Kappa Alpha, irmandade da qual Taylor faz parte) e “Harambe Bait” (em referência ao gorila que foi sacrificado depois que uma criança entrou na área reservada aos macacos em um zoológico em Ohio). Os fios que sustentavam as bananas também tinham nós de forca, um sinal de hostilidade e ódio para os afro-americanos. 

Este foi o segundo ataque racista que mulheres negras sofreram na American University em oito meses. A banana esteve em todos eles. Em setembro, estudantes brancos foram acusados de deixar uma banana na porta do dormitório de uma estudante. Outra foi atingida por uma fruta podre. 

O reitor da universidade, Neil Kerwin, escreveu uma carta em que expressou “profundo desapontamento e frustração”. No dia seguinte ao ato de racismo houve uma reunião da comunidade universitária para discutir o incidente, que eles têm avaliado como “crime de ódio”. 

A segurança da American University tem trabalhado com a polícia de Washington e procurou a divisão de Direitos Civis do FBI. A força-tarefa oferece até uma recompensa de US$ 1.000 para quem fornecer dicas que levem à prisão de alguém. Imagens do circuito de imagens da universidade mostraram uma pessoa toda vestida de preto espalhando as bananas. Essa pessoa ainda não foi identificada.

Os alunos continuam inseguros e insatisfeitos com o tratamento que a universidade tem dado ao caso. Durante a reunião, disseram até ter considerado deixar a universidade por tamanha frustração frente a múltiplos atos de racismo que sofreram dentro da AU. A universidade explicou que, neste semestre, alterou o código de conduta para tratar casos assim com disciplina e segurança. 

Taylor se manifestou em seu Facebook, em carta aberta aos colegas. “Não imaginei que minha primeira carta para vocês seria assim. Eu gostaria de falar sobre prestação de contas, transparência, acessibilidade e inclusão. Agora mais do que nunca, nós precisamos ter certeza de que membros de nossa comunidade se sintam bem-vindos e, acima de tudo, seguros neste campus”, escreveu.

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