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O professor Tomas Sparano Martins visitou universidades estrangeiras para saber como é o estudo do cooperativismo no exterior. | Antônio More / Gazeta do Povo
O professor Tomas Sparano Martins visitou universidades estrangeiras para saber como é o estudo do cooperativismo no exterior.| Foto: Antônio More / Gazeta do Povo

SERVIÇO Participe

O processo seletivo para participar como bolsista da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da UFPR é aberto todos os anos. Alunos de qualquer curso e instituição podem se inscrever. Mais informações no site www.itcp.ufpr.br.

Universidades devem conectar ideias e projetos

Com o objetivo de pesquisar a lógica do cooperativismo em outros países e descobrir como essa prática pode contribuir com o desenvolvimento social e econômico de todo o ecossistema existente ao redor das associações, incluindo o universo acadêmico, o coordenador do mestrado profissional em Gestão de Cooperativas da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Tomas Sparano Martins, foi à França, Espanha, Itália e Finlândia. Nas universidades visitadas nos quatro países, Martins se deparou com linhas de pesquisa em vários níveis relacionadas com o cooperativismo, do agrícola ao educacional.

"A diferença com o Brasil está no contexto. Em geral, aqui o cooperativismo está associado ao agronegócio, mas, na verdade, o cooperativismo é mais do que isso. É essa essência que deve ser buscada dentro do universo acadêmico", conta o professor.

Martins acredita que a universidade deve ser uma espécie de hub do cooperativismo, ou seja, um conector entre ideias e projetos. Para ele, o conhecimento sobre o cooperativismo é desenvolvido por meio da interação de ideias, imaginação, criatividade e inovação, que podem ser aplicadas a quaisquer segmentos da economia. "O contato dos alunos com o sistema do cooperativismo, independentemente da sua área profissional, pode influenciar em questões positivas na aprendizagem, cooperação, mobilidade, sustentabilidade e senso de coletividade, o que influencia para o sistema como um todo", conclui. (PP)

Encarado como uma forma econômica geradora de renda ligada principalmente à atividade agrícola, o cooperativismo é aprofundado e ganha novas perspectivas dentro das universidades. A prática é definida pelos especialistas como uma forma de integração baseada no relacionamento entre pessoas que se organizam e buscam atingir, em conjunto, objetivos coletivos e individuais em qualquer segmento.

A atividade está em pleno desenvolvimento no Paraná. Atualmente, são 230 cooperativas, agrupando um milhão de cooperados e 70 mil colaboradores, registradas no Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar). Além das associações agrícolas, também são populares as cooperativas de saúde e de crédito.

"Tento passar aos alunos o diferencial de conhecer a lógica interna das cooperativas, como um movimento. Mas noto que alguns ainda enxergam as cooperativas apenas como uma forma econômica, uma opção de obter mais renda", afirma o professor do curso de Administração da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) Antonio João Hocayen da Silva, que tem o cooperativismo e o associativismo entre suas linhas de pesquisa. Ele defende que o cooperativismo seja pensado em termos de filosofia, o que pode servir como bagagem extra na formação acadêmica.

Ação

Na mesma linha, a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP) – parte de um programa de extensão da Universidade Federal do Paraná (UFPR) – tem o intuito de colocar alunos em contato com associações populares espalhadas pelo estado para formar um profissional consciente das problemáticas sociais relacionadas às estruturas organizacionais. A iniciativa também tem como objetivo propor melhorias às cooperativas a partir de estudos e pesquisas. "Mais do que trabalhar com cooperativas, os alunos do projeto trabalham com questões de cidadania em um ambiente aberto à colaboração e à troca de conhecimento", afirma o coordenador do projeto, professor Luiz Panhoca.

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