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Veja a tabela periódica |
Veja a tabela periódica| Foto:

Companheira inseparável dos vestibulandos, a tabela periódica ficou maior neste ano. No início de junho dois novos elementos químicos, de números atômicos 114 e 116, foram reconhecidos pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (Iupac) e batizados provisoriamente de "ununquadium" e "ununhexium".

Co­mo o Enem e os vestibulares mais concorridos estão cada vez mais antenados no noticiário, a descoberta pode aparecer nas provas do final do ano.

"Na verdade, esses elementos não foram descobertos agora. Faz mais de três anos que dois laboratórios, um russo e um norte-americano, trabalham em conjunto para tentar fazer a inclusão na tabela periódica. Por isso, esse é um evento químico considerável, principalmente para provas que cobram atualidades", afirma o professor de Química Cláudio Lovato, do cursos Decisivo e Dom Bosco.

Para o professor Vanderlei Paulo Zamboti, do Colégio Marista de Londrina, embora os novos elementos ainda não tenham simbologia definida, as provas podem trazer informações sobre a descoberta e perguntar, por exemplo, a que família os dois pertencerão na tabela periódica. Ele explica que o ununquadium e ununhexium não são elementos encontrados na natureza, mas sim produzidos em laboratório.

Segundo o professor Lovato, eles foram sintetizados após a colisão de dois átomos. Do bombardeamento do Cúrio (Cm) com átomos de Cálcio (Ca) foi produzido o elemento de massa 116. Pelo mesmo procedimento, o elemento de massa 114 foi sintetizado a partir da união dos núcleos de Plutônio (Pu) e Cálcio.

O ununquadium e ununhexium são radioativos e instáveis. O núcleo desses átomos emite partículas e se decompõe rapidamente em núcleos menores, liberando radiação. De vida curta, os novos elementos até agora só existiram por menos de um segundo antes de se desintegrarem. O 114 e o 116 também são os elementos mais pesados da tabela, ou seja, os dois têm o maior número de prótons até o momento – valor expresso justamente pelo número atômico. O problema é que os elementos muito pesados não são encontrados na natureza e para produzi-los geralmente é preciso colidir núcleos mais leves para formar estruturas com quantidade maior de prótons. No caso do 116, o Cúrio tem 96 prótons e o Cálcio, 20.

O resultado dessas uniões dura apenas frações de segundos, portanto é difícil provar que, de uma determina colisão, surgiu um novo elemento. "Não é porque você descobriu um elemento que ele vai entrar na tabela. É preciso haver uma série de experimentos para comprovar a existência do átomo. No caso do 114 e do 116, outros laboratórios também fizeram pesquisas e chegaram à conclusão de que eles são possíveis de ser obtidos", explica mboti.

Segundo Lovato, os mesmos laboratórios que descobriram o ununquadium e ununhexium tentam há bastante tempo incluir mais três elementos na tabela, os de números atômicos 113, 115 e 117. "Para que se reconheça um elemento, ele deve existir por um tempo razoável, se mostrar estável pelo menos por um período que permita estimar a massa do seu isótopo mais provável", conclui.

Para relembrar

Um elemento químico representa um conjunto de átomos que têm a mesma quantidade de prótons em seu núcleo. A tabela periódica ordena os elementos que têm propriedades químicas e físicas semelhantes, permitindo aos cientistas preverem propriedades e reações. Os elementos são agrupados em faixas horizontais (períodos) e verticais (grupos ou famílias) e ordenados pelo seu número atômico (quantidade de prótons), expresso acima do respectivo símbolo. "Os elementos não são descobertos na ordem do seu número atômico, por isso já aconteceu de a tabela ficar com lacunas", afirma Lovato.

A tabela contém ainda o nome do elemento, a massa atômica e a distribuição dos elétrons nas camadas. Segundo o professor do Decisivo, embora muitos vestibulares já tragam informações como número atômico, memorizar dados e propriedades dos elementos mais frequentes nos compostos químicos agiliza o raciocínio na hora de resolver equações.

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