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Critérios como a estrutura física, currículo, equipe pedagógica, localização geográfica e valor da mensalidade costumam ser fundamentais para que os pais definam em qual escola matricular os seus filhos. Mas na hora da decisão, é importante levar em consideração itens como projeto pedagógico e metodologia da instituição de ensino para verificar se o local vai de encontro com os objetivos e valores familiares.

Em outras palavras, isso significa que os pais devem ficar atentos para o “jeito” que a escola ensina, se é compatível com o que se espera para aquela fase da vida escolar dos filhos.

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As escolas brasileiras se dividem, principalmente, entre sete linhas pedagógicas. Saiba um pouco mais sobre elas e veja qual mais se encaixa no perfil da sua família.

Tradicional

Modelo adotado a partir do século 18 para universalizar o acesso ao conhecimento. É o modelo predominante nas escolas brasileiras. O professor é a figura central para transmitir o conhecimento aos alunos. O objetivo principal é o ingresso dos estudantes na universidade. O conteúdo é transmitido de maneira igualitária e o sistema de avaliação é feito por meio de provas. Quando o aluno não alcança a meta (a nota mínima) é reprovado.

Construtivismo

Idealizado pelo psicólogo suíço Jean Piaget na década de 20, coloca o aluno como protagonista do seu processo de aprendizado. O papel do professor é o de mediador. A educação é um caminho para que o estudante possa criar e experimentar o conhecimento e o aprendizado. A criança busca as respostas aos seus próprios questionamentos. O ensino é algo dinâmico e o aprendizado é construído aos poucos, levando em consideração conhecimentos anteriores. Avaliações e provas não fazem parte do contexto original do Construtivismo, porque cada criança constrói seu próprio conhecimento, que é único e diverso.

Montessori

A linha pedagógica idealizada pela educadora italiana Maria Montessori no início do século 20 se baseia no princípio que a criança aprende através da experiência prática e da observação. O papel do educador é o de propor atividades motoras ou sensoriais pela arte, música e ciência e remover obstáculos ao aprendizado. Está baseada em seis pilares educacionais: autoeducação, educação como ciência, educação cósmica, ambiente preparado, adulto preparado e criança equilibrada. A aprendizagem deve ter interferência mínima do professor e os conceitos de liberdade e disciplina devem se equilibrar. As provas são opcionais. A avaliação pode ser feita com base na produção e no desempenho do aluno durante as aulas. As turmas são pequenas, com no máximo 20 alunos.

Waldorf

Rudolf Steiner, grande representante da Antroposofia, criou a pedagogia Waldorf na Alemanha estruturada na premissa de que a escola precisa formar seres humanos por meio de uma “educação para liberdade”. A criatividade e a imaginação são estimuladas a partir de brinquedos rústicos, geralmente produzidos com materiais como madeira e tecidos e em trabalhos de artes, trabalhos manuais, culinária e outros. A família participa ativamente no cotidiano da escola, contribuindo desde a questão pedagógica até a gestão do ambiente escolar. A alfabetização só inicia no Ensino Fundamental.

Freiriana

Na pedagogia baseada na teoria de Paulo Freire, o aluno tem papel de extrema importância. Aspectos culturais, sociais e humanos de cada aluno precisam ser considerados pelo educador para ajudá-lo a compreender e ler o mundo através do conhecimento. Professor e aluno constroem juntos o aprendizado. A pedagogia Freiriana não prevê a realização de provas, mas podem ser feitas avaliações.

Democrática

A linha pedagógica Democrática surgiu como uma crítica ao sistema tradicional de ensino. Uma das primeiras experiências nessa linha foi a Escola Summerhill, na Inglaterra, fundada em 1921 pelo escocês Alexander Sutherland Neil. Em Summerhill, os alunos podem escolher a forma como vão aprender os conteúdos e não há carga horária obrigatória. Em vez de lição de casa e provas, no modelo democrático as avaliações são feitas através de trabalhos práticos, artísticos e criativos, que exploram diversas capacitações e interesses dos alunos.

Sociointeracionista

Linha pedagógica baseada nos conceitos do psicólogo bielo-russo Lev Semenovitch Vygotsky. As escolas que seguem a pedagogia sociointeracionista propõem que o estudante constrói o seu aprendizado a partir da vivência social, por meio de um processo histórico, cultural e social. Segundo Vygotsky, a aprendizagem se dá a partir da interação do sujeito e a sociedade ao seu redor: o homem modifica o ambiente e o ambiente modifica o homem. No contexto da educação, o professor assume o papel de mediador para estimular avanços que não ocorreriam espontaneamente.