Os 74 quilômetros de orla de Ilha Comprida são o ponto de partida e de chegada do Circuito Lagamar São Paulo de Cicloturismo. | Sergio Cubas/Divulgação
Os 74 quilômetros de orla de Ilha Comprida são o ponto de partida e de chegada do Circuito Lagamar São Paulo de Cicloturismo.| Foto: Sergio Cubas/Divulgação

Quando o assunto é praia, os paranaenses costumam se dividir entre os que rumam para o leste (até o litoral do estado) e os que seguem para o sul – atraídos pela beleza e o agito das praias de Santa Catarina. Pouca gente ainda toma a direção norte, talvez por desconhecimento do que a costa paulista tem a oferecer.

Pois 260 quilômetros ao norte de Curitiba está um pequeno pedaço do paraíso ainda pouco explorado por quem é do Paraná: Ilha Comprida. Que faz jus ao nome – são 74 km de extensão por no máximo 4 km de largura, totalizando pouco mais de 190 km² de área. Os encantos desse refúgio no litoral sul de São Paulo foram tema de uma websérie com três episódios apresentados pelo alpinista paranaense Waldemar Niclevicz.

Vídeos: os encantos da Ilha Comprida por Waldemar Niclevicz

Emancipado em 1992, o município reúne, num mesmo lugar, a tranquilidade de praias quase desertas com a adrenalina do turismo de aventura e o burburinho de uma intensa programação cultural e esportiva, que dura o ano inteiro. É um lugar onde você pode praticar stand-up paddle acompanhado por golfinhos de dia e curtir um festival de blues ou uma festa de música eletrônica à noite, dependendo da época do ano.

Para aumentar o poder de sedução da ilha sobre os paranaenses, no feriado de Tiradentes, em 21 de abril, foi lançado o mais novo roteiro turístico da Serra Verde Express, em parceria com o município paulista: um passeio de três dias, que inclui o inesquecível trajeto de trem entre Curitiba e Morretes e uma viagem em um catamarã de luxo até Ilha Comprida, incluindo paradas em Antonina, Guaraqueçaba, Superagui e Ilha das Peças, no Paraná, e Ilha do Cardoso, em São Paulo.

A Ilha Comprida é também parte de um circuito de cicloturismo com direito a kits com cadernetas, guias e passaportes. O percurso (na maioria plano e bem sinalizado) tem aproximadamente 180 km e passa por praias, lagunas, baías, morros, estuários, ilhas e restingas. Parece coisa da Europa, mas é o Circuito Lagamar São Paulo, rota ciclística lançada pelo município de Ilha Comprida em novembro do ano passado. Ele percorre as cidades de Ilha Comprida, Iguape, Pariquera-Açu, Jacupiranga e Cananeia, e revela as belezas naturais do Complexo Estuarino Lagunar de Iguape-Cananeia-Paranaguá, reconhecido como um dos cinco maiores viveiros de espécies marinhas do mundo.

Destinado aos iniciantes, o roteiro também é atrativo aos cicloturistas experientes, pela diversidade dos ambientes naturais e pela riqueza cultural do percurso. “A bicicleta aqui no Lagamar não é um elemento estranho. As pessoas já pedalam no dia a dia, já se cumprimentam. O cicloturismo é isso: aventura, descoberta, contato, troca de sorrisos. Não tem a cápsula de um carro e, por isso, se encaixa perfeitamente com a nossa região”, destaca o gestor ambiental e biólogo William Mendes de Souza, da WM Multiambiental, responsável pelo Circuito.

Serviço

Para fazer o Circuito é preciso acessar o guia na página oficial do município de Ilha Comprida: www.ilhacomprida.sp.gov.br. Lá, os kits estão disponíveis por R$ 20 na Padaria Cajara (Av. Copacabana, 252 – Balneário Britânia). Outras informações pelo e-mail wmmultiambiental@gmail.com, ou pelo telefone (13) 3842-7028.

Ele conta que o trajeto costuma ser realizado entre três e cinco dias, conforme o estilo de cada viajante. “Há os que preferem dormir em campings, pousadas, hotéis; há os que optam por ficar vários dias em uma cidade, ou somente passar pelo Centro. O que os cicloturistas têm em comum é a vontade de desvendar novos lugares, conhecer mais pessoas e desbravar o ambiente. A bicicleta é um equipamento gentil. Ela lhe aceita. Você só precisa se equilibrar e partir”, resume William.

Nas palestras realizadas no lançamento do Circuito, em novembro do ano passado, essa simbiose do cicloturista com a natureza e as pessoas de cada local visitado foi um dos destaques. O escritor e cicloturista Charles Zimmermann, autor do livro Travessia – 747 Dias de Bicicleta pelo Mundo, por exemplo, lembrou que os cicloturistas viajam para ver pessoas e conhecer a riqueza natural, cultural e gastronômica dos locais visitados. “Quando se aprende a viajar de bicicleta, você consegue ser muito feliz com pouco”, define.

O kit entregue aos participantes inclui uma caderneta-guia, com todas as informações necessárias para o percurso. Ela é carimbada pelos estabelecimentos comerciais e pousadas participantes nas cinco cidades da rota. O trajeto é subdividido em cinco trechos: o primeiro de 6 km, entre Ilha Comprida e Iguape; o segundo tem 46 km e vai de Iguape a Pariquera-Açu; na sequência são mais 14 km, entre Pariquera-Açu e Jacupiranga; a seguir, outros 45 km, entre Jacupiranga e Cananeia; e por fim o mais longo – 65 km, de Cananeia a Ilha Comprida.

Os participantes contam com a ajuda dos barqueiros da região.Sergio Cubas/divulgação
Cicloturistas atravessam o Mar Pequeno, em Ilha Comprida, de barco.Sergio Cubas/divulgação
Pontes e trilhas também fazem parte do trajeto.Sergio Cubas/divulgação

Veja vídeos:

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