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Enquanto Pagliarini tem dúvidas quanto a desempenho de Lance Amstrong (foto), Fischer vê como justas as conquistas do ciclista | Brandon Malone / Reuters
Enquanto Pagliarini tem dúvidas quanto a desempenho de Lance Amstrong (foto), Fischer vê como justas as conquistas do ciclista| Foto: Brandon Malone / Reuters

Heptacampeão da Volta da França, o americano Lance Armstrong deixou a aposentadoria de lado e retornou ao ciclismo profissional neste domingo, no Câncer Council Classic, prova de 51 km que serve de preparação para o Tour Down Under, na Austrália. O ciclista de 37 anos não chegou entre os primeiros, porém o seu retorno trás de volta as polêmicas envolvendo doping. Entre os brasileiros, a nova aparição de Armstrong divide opiniões.

O paranaense Luciano Pagliarini e o catarinense Murilo Fischer representaram o ciclismo do país nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, e têm pontos de vista distintos sobre as conquistas de Lance Armstrong e sobre os benefícios do seu retorno ao esporte.

"Corri muito com ele aqui na Europa, vi muitas coisas e, sinceramente, não acredito nele. Já vi pessoas com a doença que ele teve (câncer nos testículos) morrerem, ficarem com problemas para o resto da vida, então acho difícil você se curar e voltar como ele voltou antes, ganhando sete Voltas da França. Comercialmente é positivo, é uma festa, mas para o ciclismo eu não acho que seja bom, creio que as questões envolvendo doping não vão melhorar", disse Pagliarini, por telefone, à Gazeta do Povo Online, diretamente da Itália.

Já Murilo Fischer vê de outra forma a volta de Armstrong.

"Acho que este retorno dele não tem nada a ver com vencer a Volta da França pela oitava vez. Acho que ele retornou mais para divulgar a fundação dele contra o câncer. De qualquer maneira, é uma ótima notícia ter um supercampeão como ele entre nós. O ciclismo de uma forma geral está carente de ídolos, principalmente após a aposentadoria do Lance e da morte do (Marco) Pantani (falecido em 2004, vítima de uma overdose)", declarou Fischer.

O ciclista catarinense, que também compete na Europa, prefere valorizar as conquistas de Lance Armstrong, se abstendo de dúvidas quanto ao americano se utilizar de substâncias proibidas ou não.

"Não existe qualquer outro atleta mais controlado do que ele. Nunca detectaram nada, então não tenho porque duvidar. Falam tudo isso porque ele conseguiu coisas que ninguém havia conseguido antes".

O técnico da seleção brasileira de estrada, Mauro Ribeiro, também prefere ver o lado positivo da volta do americano.

"Só ao anunciar que iria voltar, antes de obter a licença da UCI (União Internacional dos Ciclistas), o Lance já teve de passar por cinco testes antidoping. Acho que se ele for competitivo, é mais um exemplo de um ícone do esporte que marcou época. Considero ele, como atleta, uma pessoa muito determinada, tive a oportunidade de conhecê-lo, e ele sempre foi batalhador", concluiu.

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