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Teste na Holanda em 2016. | JERRY LAMPEN/AFP
Teste na Holanda em 2016.| Foto: JERRY LAMPEN/AFP

A abrupta decisão do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, de acionar os árbitros de vídeo em meio à disputa do Brasileirão enfrenta resistência de clubes da Série A.

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Levantamento feito pela reportagem sobre a introdução do recurso eletrônico no futebol brasileiro mostra que há unidade em torno da ajuda tecnológica aos árbitros. Porém, a maioria dos clubes (12) rejeita a implantação se a novidade ficar restrita apenas a algumas partidas determinadas pela CBF, como a entidade avalia e o regulamento geral de competições permite.

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Há discordância também pela instauração com o campeonato em andamento – já foram disputadas 24 das 38 rodadas do Brasileirão.

Ao mesmo tempo há questionamentos sobre quem arcaria com os custos da nova operação. De acordo com o chefe de arbitragem da CBF, Marcos Marinho, o investimento será de R$ 30 mil por jogo. A entidade ainda não informou quem bancaria o acréscimo à conta.

Atlético-PR, Atlético-GO, Atlético-MG, Corinthians, Coritiba, Fluminense, Grêmio, Palmeiras, Ponte Preta, Santos, Sport e Vitória estão entre os descontentes ou reticentes com as condições apresentadas pela CBF.

Apenas Chapecoense e Vasco se dizem confortáveis com qualquer que seja a decisão tomada pela CBF, enquanto Bahia, Cruzeiro e Flamengo aguardam detalhes por parte da confederação.

Botafogo e São Paulo não se manifestaram até a publicação deste texto.

O artigo 75 do regulamento geral de competições da CBF permite que o sistema seja usado somente em alguns jogos.

Maurício Galiotte, presidente do Palmeiras, defende o uso da tecnologia a partir da próxima rodada, desde que atendendo a todos os clubes. “É preciso que as regras sejam seguidas em todas as partidas e em todos estádios.”

Vice-presidente do Atlético-GO, Adson Batista é outro que pede uniformidade a partir da adoção da análise de vídeo. “É um campeonato de pontos corridos e todos têm o mesmo valor”, disse.

Para Gustavo Bueno, gerente de futebol da Ponte, o planejamento deveria ser feito para o início da competição. “Cabe a adaptação dos clubes e da entidade esportiva para que isso aconteça”, disse. “Sou contra ter apenas em alguns jogos. É como o exame antidoping. Tem que padronizar, com tempo.”

A diretoria executiva do Atlético-PR, em nota, questiona a falta de diálogo para botar em prática uma mudança tão significativa. “Trata-se de uma imposição, sem nenhuma experiência anterior.”

TESTE COM DÚVIDA

Até agora apenas dois jogos oficiais tiveram o uso do recurso de vídeo no Brasil. A tecnologia foi empregada na final do Pernambucano, entre Sport e Salgueiro, em maio.

Na segunda partida, em Salgueiro, houve reclamações, após gol anulado dos anfitriões. O assistente Emerson Augusto de Carvalho sinalizou que a bola teria ultrapassado a linha de fundo em cobrança de escanteio.

Péricles Bassols, árbitro treinado pela CBF para avaliar o vídeo, confirmou a anulação. Imagens da TV, porém, levantaram dúvida sobre a decisão.

Para Arnaldo Barros, presidente do campeão Sport, a preparação não foi apropriada.

“A câmera não ficou posicionada da forma adequada. Também não houve treinamento adequado dos árbitros.”

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