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Estranho esse Campeonato Paranaense de 2017. O Paraná, que apresentou o melhor futebol e disparou na liderança da fase de classificação, ficou fora da final. Pela confusão armada pela Federação que, em vez de aguardar o julgamento em última instância do caso J. Malucelli, para depois marcar o reinício da competição, atropelou tudo e deu no que deu: o Paraná foi eliminado nos confrontos com o Atlético e o campeonato ficou sub judice.

A burrice é diferente da ignorância. A ignorância é o desconhecimento dos fatos e das possibilidades. A burrice, como disse Nelson Rodrigues, é uma força da natureza.

A ignorância quer aprender. A burrice acha que já sabe. A burrice, antes de tudo, é uma couraça. A burrice é um mecanismo de defesa. O burro detesta a dúvida, se fecha e não dialoga com ninguém. O ignorante se abre, puxa conversa, pergunta, tem curiosidade de aprender; o burro esperto aproveita. Na política o burro esperto sempre leva vantagem sobre o ético e respeitador das leis.

A ignorância do povo brasileiro foi planejada pelos colonizadores e até o século 19 era proibido publicar livros sem licença da Igreja ou do governo. Só com a chegada da corte portuguesa, em 1808, como ensina o mestre Laurentino Gomes, foi que o Brasil começou a melhorar. Ou seja, já estávamos 200 anos atrás dos Estados Unidos, por exemplo, cujas universidades começaram a funcionar no século 17. E mesmo assim nos tornamos a nona economia do mundo moderno. Apesar das dificuldades, da instabilidade política e da corrupção endêmica no pais.

Graças à vitalidade do povo brasileiro, do trabalho e da livre iniciativa.

Bem, é óbvio que a burrice da Federação Paranaense de Futebol estragou o campeonato e só as finais Atletiba podem salvá-lo. O charme do clássico, do nosso maior clássico que é um dos mais tradicionais do país, reúne todas as condições para emoldurar um final digno ao centenário campeonato estadual.

Como sempre, não há favorito. Ou, pelo menos, não consigo enxergar a olho nu a superioridade destacada de um ou de outro.

O Atlético atravessa melhor momento, com uma equipe muito competitiva que atua em diversas frentes ao mesmo tempo tentando fazer boa figura na Libertadores, no Estadual e daqui a pouco na Copa do Brasil. O Coritiba, ao contrário, foi eliminado cedo no torneio nacional e não se credenciou para as competições internacionais, restando-lhe o sabor do título local.

O time coxa-branca vem sendo reconstruído por Pachequinho, depois da traumática dispensa do técnico Carpegiani. Não tem sido tarefa fácil, mas os jogadores se mostram confiantes e a força do ataque anima os torcedores para a grande decisão.

O Furacão deve entrar em campo com uma formação mista diante de tantas lesões de jogadores e o desgaste natural imposto pelo alucinante calendário da CBF e da Conmebol. Mas todos os atleticanos estão de olho na possibilidade real de conquistar um bicampeonato depois de 16 anos.

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