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O basquete é no geral mais emocionante do que o futebol. Mesmo quando não há equilíbrio de forças, o malabarismo na quadra se torna um show com o improviso genial de alguns atletas. Quando competitivo, é empolgante.

Tempos atrás, Curitiba viveu grandes momentos de bola ao cesto feminino. Rio, São Paulo e Paraná formavam a base da seleção brasileira. Martha, Aglaé, Ingborg, Maria Helena, Heleninha, Marlene e outras belas jogadoras, lotavam o Ginásio do Atlético.

Basquete é um esporte eletrizante. Gilberto Cardoso, presidente do Flamengo, não resistiu a emoção de uma cesta marcada a três segundo do final, numa virada antológica do rubro-negro no Maracanãzinho – que hoje leva o seu nome –, e morreu de infarto.

O jogo mais emocionante que acompanhei como jornalista, foi a vitória do Brasil de Paula, Hortência e Janete, na final do Pan de Havana, em 1991, contra Cuba. Lá não se cobra ingressos, e o Palácio dos Esportes estava superlotado. Fidel Castro premiou as brasileiras com medalhas de ouro.

Na Olimpíada de Barcelona, acompanhei o dream team. Não tinha como desperdiçar essa chance única. Estive em todos os jogos deles. Antes de Brasil e EUA, conversei com Oscar na Vila Olímpica. “E aí Oscar?”. “Bem, existe um abismo de diferença entre nós e eles. Vamos pontuar o máximo, sem se preocupar com a contagem deles”. O Brasil fez 93. Tomou 127.

Aquele time americano encantava. Fiz uma comparação, na época, com o mais brilhante ataque da seleção brasileira que assisti em todos os tempos. Foi um jogo no Maracanã. Seria assim: Barkley (Garrincha), Magic Johnson (Didi), Drexler (Coutinho), Jordan (Pelé) e Larry Bird – preciso nos chutes longos de três pontos, e único atleta branco (desse ataque), assim como Pepe, que completa a nossa linha.

Diferente do futebol, no basquete o técnico faz uma grande diferença. É um esporte que requer instruções pontuais, cirúrgicas, imediatas. Kanela foi o melhor de todos. Projetou o basquete brasileiro para o mundo. Depois dele o Brasil teve fases altas e baixas. Mais baixas do que altas.

As meninas hoje não empolgam. O masculino, no entanto, vive um bom momento. Pode até ganhar medalha olímpica. Nenê, Varejão, Splitter e Leandrinho somam pela experiência. Raulzinho e Huerta evoluíram bastante. E o técnico Rubén Magnano – campeão olímpico em Atenas pela Argentina, naquela final histórica contra a Itália – faz a grande diferença. Está acima da média.

Dizem que os argentinos odeiam amar os brasileiros, e os brasileiros amam odiá-los. Tudo não passa de uma brincadeira sadia, claro. O importante é que Magnano ajude o basquete do Brasil a chegar ao pódio olímpico. Mesmo que para isso, tenhamos que ler no dia seguinte a manchete do periódico Olé: “Técnico argentino é ouro no Brasil”. Pouco importa.

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