Na rota do hexa

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Nossa equipe da Gazeta do Povo parte na próxima segunda-feira para a cobertura da sexta Olimpíada seguida, e logo depois para os Jogos Paralímpicos em Londres. Na proporção, contando de Barcelona para cá, crescemos bem mais do que o número de atletas da delegação brasileira. Com os sete "jogadores" que lá estarão já poderíamos formar até um time de handebol... Mas a nossa praia é outra: não existe adversário nem medalha. Busca-se apenas uma cobertura jornalística digna do maior evento multiesportivo e cultural do planeta.

A delegação brasileira leva 19 atletas nascidos no Paraná, menos apenas do que Rio e São Paulo. Razão especial para se acompanhar o dia a dia de Giba, Emanuel, Natália Falavigna, Pato, Andréa e todos os outros paranaenses.

O futebol olímpico é um capítulo à parte. O feminino, jogado às traças pela CBF, em quatro disputas olímpicas trouxe duas medalhas de prata. O masculino nunca conseguiu impor a sua soberania e o primeiro lugar no pódio é uma obsessão para a CBF, imprensa e torcida. A vitória por 2 a 0 contra a Grã-Bretanha dá confiança sem exagero. O Uruguai e a Espanha – ambos já foram ouro no futebol – são os mais fortes adversários.

A Espanha não é a base do Barcelona, tem uma mescla de várias equipes, mas é a mesma que ganhou o sub-21 europeu do ano passado, sem Thiago Alcántara, o cérebro da equipe e filho do brasileiro Mazinho. Os três maiores de 23 anos – Mata, Javi Martinez e Adrian – fizeram parte da seleção campeã do mundo na África do Sul e da recente Euro-2012. O futebol uruguaio atravessa um bom momento, e se reforça com Luis Suárez, Cavani e Arévalo Ríos, todos campeões da Copa América.

Não sou muito atento a nomes ou números, mas penso que raríssimos jogadores foram campeões mundiais e olímpicos. De 1950 para cá, seguramente nenhum. Com a Copa e Olimpíada próximas e jogadas no Brasil, a chance de Neymar, Oscar ou Lucas entrar para a história, igualando-se ao mítico uruguaio Andrade, ganhador de duas Olimpíadas e um Mundial há quase um século, torna-se possível. Desde que tragam o ouro de Londres e ganhem o hexa em casa.

Acabaram-se os sparrings

Agora é hora da verdade para o Paraná Clube e Atlético. O Criciúma está forte; o Vitória é forte. Jorginho passou o clima que os jogadores rubro-negros precisavam: o imenso prazer de ganhar e comemorar dentro do campo. Já Ricardinho transmite a perseverança necessária com o objetivo de ganhar onde quer que seja. Os resultados dentro de campo hoje – em Criciúma e em Paranaguá – vão refletir na prática se de fato há qualidades individuais necessárias para atender aos comandos.

Desesperar, jamais...

Afinal de contas, não tem cabimento entregar o jogo no primeiro tempo. Nada de correr da raia, nada de morrer na praia, nada, nada, nada... A música de Ivan Lins, tipo de hino da resistência, é para o Coritiba.