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Dia desses Paulo Autuori clamou por um basta! aos abusos cometidos contra o futebol brasileiro. Concordo. Disse o técnico do Atlético, que profissionais bem-sucedidos, moral e financeiramente, acomodam-se e não se posicionam para evitar descalabros. Assino embaixo.

Entre tantos absurdos, o que me chama a atenção neste ano, mais do que nos anteriores, é o calendário atropelado por vários certames ao mesmo tempo. A quantidade de jogos só banaliza, embriaga e empobrece o futebol enquanto paixão pública.

Um exemplo é a Chapecoense. Depois da tragédia de novembro passado, o clube catarinense começou o ano do zero para em quatro meses se ajeitar em seis (sic) competições paralelas – Regional, Copa do Brasil, Primeira Liga, Libertadores, Recopa e agora o Brasileirão.

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Aqui, Paraná Clube e Atlético partem neste final de semana para a quarta competição do ano; o Coritiba, para a terceira. Isso, senhores, é a carraspana da bola, que sangra o bolso do torcedor, castiga os atletas e cansa até mesmo quem assiste pela tevê.

Não vejo nos dias atuais nenhum dirigente, técnico ou jogador com peso e carisma suficientes para contestar o status quo do futebol brasileiro. Seja por alienação, falta de cultura ou medo, a verdade é que ninguém põe a cara pra bater.

Lembro-me de Dunga, capitão das seleções campeã e vice do mundo, ao ser indagado sobre a importância desse 13 de maio: “Não posso dizer se a escravidão [no sentido da exploração de certos atletas] tinha sido boa ou ruim, e nem a ditadura”, disse. Sem comentários.

Autuori tem razão. Calaram-se as vozes carismáticas. A enxurrada de jogos – agora todos os dias da semana, inclusive segundas-feiras – visa apenas a preencher o tempo com o lucro imediato. O dinheiro a qualquer custo para poucos, e o empobrecimento do futebol como arte e paixão para muitos.

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Vejo que ao longo dos anos, apenas três ícones sacudiram as estruturas do futebol brasileiro e fizeram a diferença atacando na ferida: Paulo Machado de Carvalho, João Saldanha e o Prezado Amigo Afonsinho.

Como disse o sociólogo Antonio Candido, hoje (12) falecido: “Temos que entender que tempo não é dinheiro. Essa é uma brutalidade que o capitalismo faz como se o capitalismo fosse o senhor do tempo. Tempo não é dinheiro. Tempo é o tecido da nossa vida”.

Top 100

Feliz ideia da editoria de esportes ao estender para o público leitor a votação para os 100 melhores de todos os tempos do futebol paranaense. Neste universo de craques é evidente que as opiniões divirjam, no entanto o rol faz justiça à citação de jogadores brilhantes, independentemente da colocação no ranking.

Com raras exceções, tive o privilégio de ver ao vivo e a cores, quase todos citados. Acrescentaria um ou outro que para mim marcaram época, como Odair (Rio Branco), Jutz e Ocimar (Monte Alegre), Lara (Guarani), Hélio Silvestre (Operário), Ronald (Coritiba), Grilo (A. Verde)...

Inquestionável é o número um da lista: Zé Roberto. Gênio.

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