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Dias atrás, aqui na Gazeta, foi publicada uma matéria interessante sobre testes para o uso do chamado vídeoárbitro. Não é outra coisa senão a moderna tecnologia adaptada ao futebol.

A partir do ano que vem, o Campeonato Brasileiro poderá se utilizar desses elementos. É o “árbitro de cabine”. Uma espécie de juiz auxiliar que trabalha com imagens de televisão, em contato direto por rádio com o apitador.

Este Brasileirão tem sido talvez o mais polêmico dos últimos anos por erros de arbitragem. Não apenas nos recentes casos do Fla-Flu e de Figueirense e Palmeiras. Reclamação pra todo lado. E cada vez haverá mais.

Tira-teima, giro de câmera, lente de aumento, leitura labial e outros recursos técnicos não só tiram o sono, giram a cabeça, aumentam a pressão, secam lábios de apitadores, como os deixam inseguros. Pisando em ovos.

Antes de a televisão chegar a esse ponto, o árbitro mal intencionado era chamado de ladrão. Hoje qualquer atitude sorrateira do juiz de futebol é tiro no pé. Não se esconde mais dinheiro na Suíça. Nem via trust. É burrice.

Tempos atrás os árbitros corriam menos. Havia até alguns obesos. Uns safenados, outros safadinhos. Tivemos, porém, grandes apitadores. Kalil Karam, Palmerini, Afonso Vitor, Zé Carlos Marcondes, entre outros.

Penso que para o futebol de hoje – diferente de outros esportes, como tênis, vôlei, rúgbi -, por mais que a tecnologia avance, ainda assim a interpretação do árbitro continuará sendo o xis da questão.

As imagens sempre serão bem-vindas. Seja para tirar dúvidas sobre impedimento, linhas de fundo, risca do gol ou da grande área. A câmera auxilia, mas não afirma. Bola na mão, ou mão na bola? Falta intencional? Como saber se houve ofensa moral? Não consegue.

Congelando imagem a tecnologia é precisa. Ajuda. O posicionamento da bola e do corpo do atleta em relação às linhas é cirúrgico pelo computador. No entanto para o futebol não basta.

Acrescentar mais do que um árbitro dentro de campo – na quadra de basquete, de pequenas dimensões em relação ao campo de futebol, são dois juízes – talvez seja a melhor saída. Dois árbitros é uma solução. Só dois. Mais do que isso a cartolagem não perdoaria: “Tá vendo a quadrilha do apito?”

O Rei apaga as velas

Muita gente pergunta quais foram os mais espetaculares gols de Pelé. Fico com os três “quase gols” do Rei na Copa de 70. Na execução corporal driblando o uruguaio Mazurkiewicz; no bate pronto do tiro de meta do mesmo goleiro; e a famosa tentativa por cobertura, chutando do campo de defesa do Brasil, no jogo contra a Tchecoslováquia.

Como diria o poeta, o beijo mais gostoso é aquele que você não deu. Platônico. Imaginário.

Pelé completa neste domingo 76 anos. Cinqüenta e nove deles imortalizados por suas obras geniais. Parabéns ao maior de todos os tempos!

Direito ao contraditório

Sobre a coluna da semana passada - “O lado generoso de Petraglia” - agradeço por ter recebido manifestações “votando” pró e contra. Sempre é gratificante.

Esclareço apenas àqueles que tiveram o trabalho de pesquisar sobre a veracidade ou não do conteúdo da história que envolve os tenores Carreras e Domingos, que o fato contado naquele espaço é sim real, verdadeiro.

Poderia fazer uso até do artifício espirituoso e muito conhecido de todos, usado pelo personagem de James Steward, no filme O homem que matou um facínora: “Se a lenda é mais interessante do que o fato, publique-se a lenda”. Não é o caso.

Quanto ao toque irônico ou não no fechamento do texto, cada leitor – aos quais dedico o meu profundo respeito – tem o direito de interpretar à sua maneira. O que é evidente.

Concluo com a reflexão Mário Quintana sobre o tema: “A ironia atinge apenas a inteligência. Inútil desperdiçá-la com os que estão longe do seu alcance. Contra estes ainda não se conseguiu inventar nenhuma arma. A burrice é invencível”.

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