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Veja como são as coisas. Até dias atrás o que se ouvia dos paranistas era a recomendação para tentar se manter na Segunda Divisão, tentando fugir do risco das últimas posições na classificação. Hoje já há quem fale em se aproximar do G4 e na possibilidade de acesso à Primeira Divisão nacional.

O que mudou? O conceito tático. Fernando Diniz é ainda um técnico em início de carreira, mas já mostrou no pequeno Audax, em São Paulo, que seria possível, sim, concentrar todo o trabalho de uma equipe no toque de bole. E o time se deu bem na competição, apontando para novos caminhos e para a valorização de alguns preceitos que nem sempre os técnicos tradicionais levam em conta.

Há quem conteste a posse de bola como fator de vitória e realmente existem exceções, principalmente quando a prioridade é o jogo defensivo. Mas quando se trata o domínio de jogo como ferramenta para atacar na melhor ocasião, pode ser decisivo. Como na vitória de terça-feira do Paraná Clube sobre o Náutico, adversário poderoso e um dos integrantes do grupo de cima da competição.

O escalte da partida apontou 70% de posse de bola aos tricolores, o que, sinceramente, não é pouco para uma partida teoricamente equilibrada. E o que se viu durante o jogo foi os jogadores do Náutico apenas acompanhando a constante troca de passes dos paranistas, situação que envolvia, com sucesso, até mesmo o goleiro Marcos, que já está se adaptando à função de líbero que o treinador pretende dele.

De tal forma a equipe vem evoluindo no campeonato que já existe mesmo a possibilidade de se pensar grande, embora a diferença de oito pontos para o próprio Náutico, o último do G4, seja considerável, não apenas pela matemática em si, mas pelos nove concorrentes que se interpõem entre os dois clubes na classificação.

E o que anima o torcedor são os números recentes. Afinal de contas são sete pontos conquistados em três jogos, dois deles fora de casa. Todos reconhecem as limitações do time e esse é o primeiro princípio para fazê-lo jogar coletivamente, sem a necessidade de grandes arroubos individuais. O que se sente, como consequência, é o prazer que os jogadores demonstram em atuar. Seja na bola jogada, seja nas entrevistas passam o bem-estar de poder participar de uma iniciativa que vem dando certo.

Ainda há problemas no clube e não são poucos. Mas o principal deles, que era um cancro no ambiente interno, já foi resolvido. Não há mais salários atrasados desviando o foco e amontoando preocupações em seus profissionais. E isso é básico para se estabelecer um trabalho mais consistente.

Aliado a um treinador que parece ter compreendido a essência do grupo e o que dele pode tirar, as coisas estão funcionando bem e é de se aguardar grande público na Vila Capanema, no sábado, para a comprovação disso tudo no jogo contra o CRB.

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