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Mal súbito

A morte do meia Morosini, do Livorno, domingo, em partida da segundona do Campeonao Italiano, e o mal súbito sofrido pelo meia Fabrice Muamba, do Bolton, que ontem deixou o hospital na Inglaterra após um mês internado, ligaram mais uma vez o alerta do pronto-atendimento médico de jogadores em campo.

Após a morte do zagueiro Serginho, do São Caetano, em 2004, os estádios passaram a ter obrigatoriamente uma ambulância no estádio. Em partidas de disputas nacionais, é difícil não perceber uma pessoa de jaleco branco ao lado de um carro com giroflex no fundo do gol. Já nas partidas de âmbito regional...

Vale lembrar que já tivemos um caso infeliz no futebol paranaense. Em 1990, o zagueiro Vágner, do Paraná, morreu após bater a cabeça com um jogador do Campo Mourão. Detalhe: não havia ambulância no estádio.

O Paraná tem tudo para começar de fato e enfim a temporada 2012 amanhã, diante do Ceará, na partida de volta da Copa do Brasil. Depois do futebol aguerrido em Fortaleza, que só não garantiu uma vitória pela combinação da má arbitragem com problemas físicos de alguns jogadores, o até aqui desconhecido elenco tricolor pode dar esperança à torcida na partida desta quarta-feira, às 21h50, na Vila Capanema. É o momento de o grupo entrar em campo e dizer com todas as letras ao torcedor tricolor "Olá, nós somos o Paraná".

Tenho certeza de que Ricardinho já passou isso aos seus jogadores. Classificar-se diante o Ceará, que vem a Curitiba com a bagagem de ser semifinalista da Copa do Brasil do ano passado e que até a primeira partida contra o Paraná havia vencido nove jogos consecutivos, não seria apenas um excelente resultado. Seria primordial para o time trazer o torcedor para seu lado, desejo que Ricardinho já externou logo que foi apresentado como treinador do clube, quando clamou pela galera ao dizer que voltava ao clube com a certeza de que o torcedor lotaria a Vila Capanema para apoiar o time. E ter a torcida na arquibancada do Durival Britto será preponderante para o bom andamento do Tricolor na dura disputa simultânea das Séries B do Estadual e do Brasileiro.

O discurso está afiado. O lateral esquerdo Henrique, um dos poucos remanescentes da triste campanha de 2011, declarou ontem que o time vai para cima do Vozão para tentar matar a partida já no primeiro tempo. Exatamente o que a torcida quer ouvir. Exatamente o que a torcida quer em campo.

Esse deve ser mesmo o pensamento. Na Copa do Brasil, até onde o Paraná conseguir chegar é lucro. Com um time de novatos, com um treinador em início de carreira, com o clube praticamente recomeçando do zero – da administração profissional às categorias de base – o espírito que o Tricolor tem mesmo de ter é o do funcionário recém-contratado de uma empresa que quer mostrar serviço para tentar subir na carreira. É bom o elenco paranista ter isso em mente. Porque o chefe – a torcida – está em cima.

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