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Quando o jornalista Benjamin Wright cunhou o "futebol é uma caixinha de surpresas", talvez não imaginasse o quanto. Não é apenas a improvisação, casualidade, fatalidade, mistério de uma partida que nos deixa espantados. As surpresas vão além jogo, além daqueles 90 e poucos minutos. Tudo, mas tudo mesmo, pode acontecer quando se marca um jogo: o visitante não ir; o favorito perder; o juiz ser nocauteado por uma bolada; os refletores se apagarem (às vezes misteriosamente); o gandula fazer gol; jogador precisar ir ao banheiro no meio do jogo; a arquibancada ruir; um cachorro, um gato, um urubu, um porco ou um trator entrar em campo.... O repertório é inesgotável. Os próximos jogos reservam muito, muito mais.

E não é que o Coxa, depois de viajar 3 mil km, recebeu nas mãos uma caixinha com uma dessas surpresas dentro? Uma liminar impedindo, pela segunda vez, o Alviverde estrear na Copa do Brasil, agora contra o Sousa – antes CSP.

É o mesmo que ser convidado para um aniversário, sair do trabalho antes para comprar o presente (sempre difícil de escolher), enfrentar trânsito e multas e depois dar com a cara na porta fechada. "Você errou o dia!".

O Coxa voltou da Paraíba com Adoniran Barbosa batucando nos ouvidos: Nós fumos/Não encontremos ninguém/Nós vortemos/Cuma baita duma reiva/Da outra vez/Nós num vai mais...

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Mas nem tudo é surpresa no futebol. Os cartolas, por exemplo, são de uma obviedade nelsonrodrigueana, invariavelmente azedando o estômago dos pacientes torcedores. Aprontaram ontem, hoje e amanhã vem mais coisa. Como diria o Nelson, é batata, meu anjo!

Exemplo do azedamento é o Atletiba de amanhã. Vilson Ribeiro e Mario Celso Petraglia deveriam, como representantes do melhor de nosso futebol, sentarem-se à mesa da concórdia. Ao contrário, usam a mesma para fazer queda de braço e medir musculatura do ego. O único diálogo possível entre os dois tem sido "A culpa é sua!"; "Nada disso. É sua"...

Os dois até podem estar movidos em defesa de seus clubes. Devem mesmo fazer das tripas coração para ver seus times nas paradas de sucesso. Se isso é óbvio, é óbvio também que se os dois se unissem, trabalhassem mais em parceria, a dupla Atletiba se fortaleceria muitíssimo mais. E dá para botar o Paraná Clube neste caldo, sim.

Não sendo assim, veremos um Atletiba amochado, reduzido a oito mil torcedores no modesto Érton Queiróz (que também encolheu; o Paraná Clube, dono do pedaço, colocou 18 mil – recorde ali – no título estadual de 97, 3 a 0 no União Bandeirante).

Bem, enquanto as coisas não melhoram, vamos assoviando Adoniran: Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz...

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