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Entenda qual seria a proposta do poder público para viabilizar financeiramente a Arena.

1 - A prefeitura transforma a área determinada (no caso, a Arena) em interesse público, dando características urbanas especiais ao terreno. "A imensa maioria do patrimônio histórico de Curitiba foi preservada dessa maneira", conta Sérgio Buerger, vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-PR). Em um parque, por exemplo, não se pode desmatar para construir. Logo, o proprietário ganha títulos da prefeitura que permitam obras especiais em outra área, mesmo que o zoneamento da região não preveja isso. "A concessão dá a prefeitura uma moeda. Ninguém perde nada com isso. Encontra-se uma maneira de financiar o negócio com o interesse do mercado privado", conta Buerger. A quantidade é atribuída pela prefeitura: estima-se cerca de R$ 80 milhões em papéis, que podem valer mais ou menos, de acordo com as negociações. "Um valor de metro quadrado no Água Verde vale mais do que na Fazendinha, por exemplo."

2 - O proprietário (no caso, o Atlético) coloca os papéis da autorização à disposição de potenciais investidores no mercado, que adquirem o direito. Foi assim, por exemplo, que a prefeitura conseguiu dinheiro para as obras na Linha Verde. "É um tipo de compra muito normal. Eles [proprietários] podem vender esse papel para que se façam as construções com código de altura livre."

3 - Investidores (possivelmente construtoras) negociam com o proprietário a cessão dos direitos em troca de dinheiro. Uma vez com o direito em mãos, podem usar terrenos que possuam em outras áreas da cidade para construções especiais. Por exemplo: se um investidor não podia construir mais de seis andares em uma área ZR4 da URBS, com o potencial construtivo, poderá fazê-lo. "Como se tem na cidade um custo grande para levar infraestrutura urbana, você acaba revisando os zoneamentos", explica Buerger.

4 - Com o dinheiro arrecadado em mãos, o Atlético conclui a Arena nos padrões Fifa. O clube, no início, temia pelo deságio dos papéis no mercado e dificuldade na venda, uma vez que Coritiba e Paraná também serão beneficiados. "Não tem tanta oferta assim de papéis no mercado. Terá facilidade [em venda] sim, existe demanda pelos papéis", avalia Buerger.

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