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Passo seguinte será a instalação dos estais, cabos de aço que darão uma cara futurística à obra milionária executada em Curitiba | André Rodrigues/ Gazeta do Povo
Passo seguinte será a instalação dos estais, cabos de aço que darão uma cara futurística à obra milionária executada em Curitiba| Foto: André Rodrigues/ Gazeta do Povo

Orçamento

Trecho estadual do corredor rodoviário está 10% mais caro

O trecho estadual do corredor Aeroporto-Rodoferroviária, que vai do limite de Curitiba com São José dos Pinhais até o Aeroporto Afonso Pena, também ficou mais caro. De acordo com o último relatório do TCE-PR, divulgado em outubro, a obra teve um aditivo financeiro assinado no dia 1º de julho que a deixou 10% mais cara – passou de R$ 44,5 milhões para R$ 52,5 milhões. Assim como ocorre no trecho municipal, esse estouro também recai sobre contas locais. A contrapartida estadual, que era de R$ 2,2 milhões, deverá quadruplicar para chegar ao novo custo da reforma. A parte que cabe ao governo inclui a requalificação da pista por meio da retirada de nove torres de alta tensão, a implantação de novo paisagismo para a região e de obras de arte em trincheiras, pontes e retornos. Com nove meses de obra, segundo o TCE-PR, a execução em setembro estava em 25,5%, quando o esperado era 47,7%. A previsão é que ela seja concluída no primeiro semestre do próximo ano. A empresa responsável pela obra paralisou os serviços alegando atrasos nos pagamentos.

20 viadutos comuns poderiam ser construídos, de acordo com especialistas, com a verba de R$ 84 milhões destinada ao viaduto estaiado.

A paisagem da principal ligação do Aeroporto Afonso Pena com Curitiba deverá ganhar, nos próximos dias, os contornos esperados para a Copa do Mundo de 2014. Isso porque a empreiteira que executa a obra espera erguer, ainda neste mês, o mastro do viaduto estaiado que está sendo construído na Avenida das Torres – o que possibilitará a instalação dos primeiros cabos de aço na obra. A conclusão total do viaduto, entretanto, deverá ocorrer em março.

A instalação dos estais, como são chamados os cabos de aço, é um alento diante dos atrasos e estouros no orçamento do corredor Aeroporto-Rodoferroviária. Conforme noticiado na edição de ontem da Gazeta do Povo, o trecho de 10 km sob responsabilidade do governo do Paraná está paralisado por falta de pagamentos.

Já as obras sob responsabilidade do município tiveram seu cronograma geral revisto para março de 2014. De acordo com o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR), até o último mês de setembro 15 medições haviam sido realizadas no trecho curitibano da ligação com o Aeroporto Afonso Pena – chegando ao porcentual de 59% de execução. Para aquele mês, entretanto, a previsão era de que os lotes que incluem o viaduto estivessem 88% concluídos.

Além disso, ainda há licitações a serem realizadas. Amanhã, a administração municipal deverá licitar os trechos de pavimentação que tiveram concorrências canceladas. Com a empresa contratada, as obras devem começar apenas em janeiro.

Alto custo

A arte da ponte é semelhante às da Ponte Octávio Frias de Oliveira e Complexo Viário Padre Adelino, ambos em São Paulo. Os estais, inclusive, já estão em Curitiba e devem ser levados ao canteiro de obras nos próximos dias. E a característica futurística trazida por eles tem um preço: só o viaduto consumirá mais de R$ 84 milhões dos R$ 127,9 milhões previstos para o trecho municipal.

Oficialmente, a prefeitura ainda trabalha com o custo total de R$ 115,8 milhões. Mas os contratos divulgados pelo portal "Copa Transparente" dão conta de que o acordo sacramentado com o consórcio CR Almeida e J.Malucelli, responsável pelo trecho onde está o Viaduto Estaiado, consumirá R$ 95,5 milhões e outros R$ 32,3 milhões serão destinados aos lotes sob responsabilidade da Empo – Empresa Curitibana de Saneamento e Construção Civil.

Essa revisão no orçamento fez com que a participação do valor financiado pela Caixa Econômica Federal fosse reduzida pela metade. Isso porque se trata de um empréstimo fixo e eventuais reajustes acabam entrando na conta do tomador do crédito, no caso a prefeitura, que arcará com um investimento direto de R$ 53 milhões da obra.

Empresa vê cronograma comprometido

A empresa que paralisou duas obras da Copa sob responsabilidade do governo por falta de pagamentos disse que os atrasos ocorrem desde setembro e que a paralisação deverá afetar o cronograma de execução das intervenções.

A Empo – Empresa Curi­ti­bana de Saneamento e Construção Civil é responsável pelos trechos estaduais dos corredores Aeroporto-Rodoferroviária e Marechal Floriano Peixoto. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, os trabalhos serão retomados apenas quando o governo quitar os débitos referentes às medições de setembro, outubro e novembro.

O comunicado veio um dia após a publicação de reportagem que mostrava a paralisação em três obras executadas pela Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec). Além das intervenções da Empo, também foram paralisadas as obras na Avenida da Integração, sob responsabilidade da Mavillis Construções. Anteontem, o governo estadual havia sinalizado que havia retomado alguns pagamentos e que estava regularizando os demais.

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