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A pergunta que mais se ouve pela cidade é se ainda dá para o Coritiba vencer a Copa do Brasil. A resposta é sim, mesmo com todos os poréns. Nas três vezes em que um time fez 2 a 0 na primeira partida final do torneio, sagrou-se campeão. Felipão sempre soube armar uma boa retranca e cozinhar partidas quando lhe convém. O time que tentará reverter essa vantagem é basicamente o mesmo que criou, criou, criou no Morumbi e em Barueri, mas não marcou.

E é exatamente a partir daí que as chances do Coxa aumentam. O time incapaz de balançar a rede na semifinal contra o São Paulo, no Morumbi, fez o serviço no Couto Pereira. Como tem feito o serviço dentro de casa no último ano e meio.

O Coritiba entra em uma espécie de transe no Couto Pereira. Sempre há perna para dar uma passada a mais. Sempre aparece uma cabeça ou um pé para empurrar a bola pra rede. Sempre surge o corpo de um defensor ou os braços de Vanderlei para evitar o gol inimigo. É a intimidade com o estádio. É a força da torcida. É a responsabilidade de cumprir o dever em casa. É tudo isso, mais alguma força cósmica que paira sobre o Alto da Glória quando esse Coritiba está em campo.

Estes fatores ajudam, mas dependem de aspectos mais palpáveis. A volta de Ayrton à lateral direita dá ao Coritiba a mesma força defensiva de Jonas, com o bônus de apoiar muito melhor. Com Roberto, o time fica equilibrado ofensivamente, com um meia aberto pela direita, outro pela esquerda (Rafinha) e um centralizado (Éverton Ribeiro). Todos servindo Everton Costa e ajudando na recomposição. Sérgio Manoel mantém o poder de marcação, com a vantagem de ter mais capacidade do que Junior Urso para saber o que fazer com a bola no pé de cara para o gol.

Passado e futuro

Alex Alves jogou muito de novo. Contra o Boa, até gol fez. Mas uma frase dita na coletiva é a que melhor resume a transformação pela qual o Paraná vem passando: "No fim do ano passado estávamos o Luisinho e eu na base, sem saber o que seria de nós. Hoje estamos aqui como titulares do Paraná". Não apenas titulares, mas destaques da equipe atual.

O Paraná que sobrou na Segundinha e surpreende na Segundona tem Ricardinho como grande símbolo fora de campo e Luisinho e Alex Alves dentro dele. Um trio que remete ao período mais glorioso do clube, quando as revelações da casa formavam equipes imbatíveis com reforços cuidadosamente contratados. Em nenhum outro momento essa combinação funcionou melhor do que na Série B de 1992. O maior time da história paranista sagrou-se campeão contra o Vitória, em Salvador, em uma noite de 11 de julho.

Hoje, 10 de julho, o Tricolor está novamente em Salvador, mais uma vez para enfrentar o Vitória. Não vale título, mas é um duelo fundamental. O empate mantém o G4 na mira e uma vitória, o deixa ao alcance das mãos. Com a força dos garotos da base, como sempre foi no Paraná.

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