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Hélio Cury logo após a eleição de 18 de abril do ano passado: apoio ao presidente foi materializado na alteração que permite mantê-lo no cargo até 2022 | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
Hélio Cury logo após a eleição de 18 de abril do ano passado: apoio ao presidente foi materializado na alteração que permite mantê-lo no cargo até 2022| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo

Dezoito de abril se tornou uma data significativa na vida de Hélio Cury. Neste dia, em 2008, o empresário batia nas urnas o chefe da Casa Civil do governo estadual Rafael Iatauro, assumindo de forma definitiva a presidência da Federação Paranaense de Futebol (FPF). O triunfo acabou com o caráter provisório da gestão, iniciada em novembro do ano anterior por meio de uma decisão judicial.

O dirigente não quis avaliar o primeiro ano de mandato. Por uma questão pessoal, prefere ficar longe dos holofotes. "Não tenho tempo", argumenta. Por intermédio da assessoria de imprensa da FPF, informou que só irá se manifestar em entrevistas coletivas.

Apesar do silêncio, Cury tem muito a comemorar. Após 366 dias, o cartola é aclamado pela maioria dos filiados. Só não é unanimidade por causa do Atlético, costumeira pedra no sapato do dirigente (leia texto ao lado). Nem mesmo medidas polêmicas são capazes de baixar a popularidade do líder da FPF. "A Federação melhorou muito. São novos tempos", afirma o empresário Joel Malucelli, presidente de honra do J. Malucelli e idealizador da Futpar, associação recentemente criada pelos times profissionais do estado.

Duas ações que poderiam macular a imagem da gestão HC, o supermandato e o supermando, passaram quase despercebidas aos olhos das entidades de práticas desportivas, nome pomposo usado pela FPF para se referir aos clubes locais.

Em dezembro do ano passado, às vésperas do Natal, Cury convocou os filiados para decidir se acatavam ou não alterações no estatuto da entidade. Entre as propostas, mandato de quatro anos com direito a somente uma reeleição; pleito com voto secreto; e apoio de no mínimo 30 clubes ou ligas para inscrição de chapas no processo eleitoral. Saiu do hotel no centro de Curitiba, local escolhido para a reunião, com bem mais do que isso. Além de aprovar o que queria, garantiu a possibilidade de seguir no cargo até 2022.

"A maioria das Federações também estendeu os mandatos de seus presidentes", defende Jair Cirino, presidente do Coritiba, fazendo referência à sugestão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para que os atuais mandatários continuassem até a Copa do Mundo de 2014 – procedimento adotado por Ricardo Teixeira na CBF. Em contraponto ao rival Atlético, o Alviverde é o grande aliado de Cury. O clube chegou a se desligar da Futpar "para fortalecer a FPF".

"Sabia que iria tentar ficar eternamente. Isso aí empolga qualquer cidadão", diz Paulo Esteves, presidente da Liga Amadora de Futebol de Londrina até o mês passado. Esteves, que ocupa atualmente um cargo de diretoria na Liga, era um dos candidatos a vice na chapa de Iatauro.

Outro aspecto relevante diz respeito ao regulamento do Paranaense-2009. Por causa de um erro de redação do artigo 9º, o Atlético, líder da primeira fase, apelou ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para mandar os sete jogos da etapa decisiva na Arena. À revelia da FPF, que pretendia dar ao campeão do turno a vantagem de jogar quatro partidas em casa, o STJD acatou o pedido rubro-negro.

"São coisas que acontecem, não é culpa do presidente. A diretoria é nova, um ano é muito pouco. Serve de lição para pegar experiência", atenua Joel Malucelli. "O Hélio tem credibilidade. Existiu a controvérsia em relação ao regulamento porque o artigo passou despercebido pelos clubes", acrescenta o paranista Aurival Correia, distribuindo parte da culpa.

Principal colégio eleitoral de Cury, os clubes amadores também elogiam a nova administração. "Com ele existe diálogo, está sempre nos campos (estádios). A porta da Federação fica sempre aberta", relata Moacir Ribas Czeck, presidente do Novo Mundo, o responsável por propor a extensão do atual mandato de Cury, inicialmente programado para terminar em 2012, até o Mundial do Brasil. "Mas se fizer algo errado, pego o microfone para pedir a saída dele", avisa.

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