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Bruno Batata: o último jogador a balançar a rede no Pinheirão | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Bruno Batata: o último jogador a balançar a rede no Pinheirão| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

O curitibano Bruno Fressato Cardoso, 32 anos, não imaginava que sua relação com o Pinheirão era tão intensa.

Antes de ser conhecido como o atacante Bruno Batata, ele costumava frequentar o estádio acompanhando seu pai, torcedor do Paraná.

Em janeiro de 2004, a relação ficou mais próxima. O avante estreou profissionalmente vestindo a camisa do Coritiba – onde fez as categorias de base – no campo do bairro Tarumã. E em um clássico justamente contra o Tricolor, sofreu o pênalti que resultou na vitória alviverde por 1 a 0, pelo Paranaense.

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No próximo sábado (11), Batata completará dez anos de outra marca histórica no Pinheirão. Camisa 9 do Cianorte, o avante foi derrubado na área no segundo tempo da partida contra o J. Malucelli, mandante do duelo válido pela última rodada da primeira fase do Paranaense de 2007.

Com a perna direita, cobrou a penalidade máxima no canto esquerdo alto, sem chance para o goleiro Luiz Gustavo. O gol selou a vitória por 2 a 1 do Leão do Vale do Ivaí, que avançou à fase seguinte do campeonato na terceira colocação.

Depois disso, ninguém mais balançou a rede no estádio. E aparentemente nunca mais irá.

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“Acho que acabei fechando as portas do Pinheirão”, diz Bruno, ao ser informado pela reportagem que foi dele o último gol marcado no histórico palco do futebol paranaense.

“Recebi com surpresa essa notícia. Na época nem me dei conta. Fico até com saudade do estádio. Já assisti muitos jogos lá. É um misto de alegria e tristeza”, emenda o jogador, hoje no Joinville.

Goleiro Danilo, da Chape, também jogou na despedida do Pinheirão

Uma das 71 vítimas do acidente com o avião da Chapecoense, em novembro do ano passado, na Colômbia, o goleiro Danilo foi titular do Cianorte no último jogo da história do Pinheirão.

O arqueiro tinha 21 anos e apenas começava na carreira. “Lembro que o Danilo já era um goleiro sensacional e um cara muito batalhador”, recorda o atacante Bruno Batata, autor do último gol do Pinheirão.

“Ele sofreu muito preconceito no início da carreira por causa da altura (1,85 m) e o Tencati sempre depositou muita confiança nele”, completa o avante.

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Bruno Batata tinha 22 anos na época. Cláudio Tencati, técnico do Cianorte na época, tinha 33. Era seu primeiro trabalho na primeira divisão estadual.

“Não tínhamos ideia, mesmo, de que seria o último jogo. Já tinha estado lá antes, como auxiliar do Caio Júnior. Era um estádio que tinha um ambiente bacana e de uma hora para a outra aconteceu o que aconteceu”, fala Tencati, hoje o técnico mais longevo do país, à frente do Londrina desde abril de 2011.

“Fico muito triste. Toda vez que passo ali e vejo tudo largado, dá uma pena...”, lamenta.

A última lembrança do estádio, porém, é muito boa. Sob muita chuva no primeiro tempo, o Cianorte abriu o placar com Dudu. Em um chute de fora da área, Everton César igualou na etapa final, já com o tempo seco. Isso, até Batata recolocar os visitantes em vantagem.

Placar que rendeu um bicho “diferente” para o elenco do Leão.

“Lembro que entramos com um time meio misto, mas conseguimos ganhar. E como era praxe da diretoria em jogos importantes, ganhamos roupas da empresa dona do time , a Morena Rosa. Saiu todo mundo feliz com vale-roupas”, lembra o último artilheiro do Pinheirão.

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