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Prédio anexo à Arena da Baixada receberia uma ala de atendimento para crianças do Hospital Pequeno Príncipe. | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Prédio anexo à Arena da Baixada receberia uma ala de atendimento para crianças do Hospital Pequeno Príncipe.| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Há um ano e sete meses, ocorreu o anúncio pomposo do que foi definido como o “primeiro legado” da Copa do Mundo em Curitiba. No entanto, o acordo firmado entre o Atlético e o Hospital Pequeno Príncipe, em agosto de 2013, jamais ultrapassou o estágio das intenções.

Para reverter a inércia e tentar cumprir a promessa de transformar um espaço da Arena da Baixada em ambulatórios para atendimento infantil pelo SUS, o hospital vai recorrer a uma de suas principais características: a persistência.

O diretor-corporativo do Complexo Pequeno Príncipe, José Álvaro Carneiro, pretende agendar nos próximos dias um encontro com o presidente rubro-negro Mario Celso Petraglia para tentar materializar a proposta divulgada há quase dois anos.

No evento à época, com presença do ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, os ex-jogadores Ronaldo e Bebeto (ambos do COL), Petraglia interrompeu a coletiva para anunciar o protocolo de intenções e viu o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke – o mesmo que sugeriu um chute no traseiro do Brasil e ameaçou a realização do Mundial de 2014 em Curitiba – exaltar a parceria.

“Até o momento, dos diversos atores que assinaram o protocolo, incluindo representantes do governo federal, da prefeitura e do governo estadual, contamos apenas com a simpatia”, admitiu Carneiro. Município e estado reforçaram que o protocolo envolve apenas o hospital e o clube.

Mas nem o Atlético deu andamento à proposta. “Algumas conversas foram feitas com o vice-presidente Luiz Sallim, que também é médico. Mas há essa centralização no Petraglia e com ele nunca conversei. Acaba ficando uma coisa muito restrita”, explicou Carneiro. “O que acontece hoje em todo esse processo é uma situação perde-perde. Nada acontece e só cresce a dívida do Atlético perante a sociedade. E nem digo a dívida financeira, mas a dívida moral”, acrescentou o diretor-corporativo.

O clube teria se comprometido a destinar um espaço entre 1.000 e 1.500 metros quadrados no edifício anexo à Baixada, na Brasílio Itiberê, para abrigar especialidades como cardiologia, pneumologia, endocrinologia e pediatria. O local desoneraria o hospital do aluguel de imóveis destinados para esse fim na região. Tudo sem ônus para o clube.

“Sabemos o quanto a situação do clube é complicada. Os patrocínios diminuíram e nem o naming rights do estádio – que é belíssimo – foram negociados. Nós temos a simpatia de megacorporações internacionais interessadas na causa da saúde das crianças e acreditam em um projeto como esse ambulatório. Nós buscaríamos os recursos”, completou Carneiro.

Além da parte clínica, a ideia era criar um espaço cultural, aproveitando o acervo que possui referente ao ex-jogador Pelé, com quem o hospital tem uma parceria no projeto Gol pela Vida. O tempo de visita estimado seria de 40 minutos, tornando-se mais uma atração para o estádio.

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