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Técnico Milton Mendes soube recuperar a confiança dos jogadores para reerguer Atlético após o Campeonato Paranaense. | Felipe Rosa/Tribuna do Paraná
Técnico Milton Mendes soube recuperar a confiança dos jogadores para reerguer Atlético após o Campeonato Paranaense.| Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná

O último jogo do Atlético sob o comando de Enderson Moreira foi marcado por uma cena na arquibancada. Com o time entregue em campo diante do Rio Branco, parte da torcida abriu uma roda em torno de dois moleques batendo bola. “Não é mole não, a criancinha joga mais que o Furacão” foi o grito que resumia a sentença do público àquilo que acontecia em campo.

Quarenta e um dia depois, o Atlético que virou chacota da própria torcida atingiu a liderança do Campeonato Brasileiro. São nove pontos em quatro rodadas, tradução em números da reconstrução implementada por Milton Mendes. Um trabalho que pode ser resumido em cinco passos.

1. União com o grupo

Contrariando o discurso de Claudinei Oliveira e Enderson, Mendes já chegou dizendo que o clube não precisava de reforços. Uma atitude clara para ganhar o grupo. Deu certo. Quando o time vence, faz questão de comemorar com os jogadores na frente da torcida. Quando a equipe perde, assume toda a responsabilidade. Internamente, brinca bastante com todos, dando inclusive apelidos para os atletas. Até recebeu um, Cebolinha. Vários jogadores já declararam que estão fechados com o técnico.

2. Disciplina

Mendes trata bem os seus jogadores, mas, respaldado pela diretoria, não tolera indisciplinas extracampo. Neste período já afastou dois jogadores, o meia-atacante Marco Damasceno, 19 anos, e o atacante Cryzan, 18 anos. Ambos foram para balada juntos na semana do jogo contra o Atlético-MG. “Trato eles como meus filhos e, quando tomo uma decisão, penso muito o que meu filho pensaria naquele momento, o que faria. Sim, nós temos de punir”, justificou.

Colunistas da Gazeta do Povo comentam sobre participação de Milton Mendes na recuperação do Atlético

3. Acertar a defesa

O treinador chegou a fazer alguns testes na defesa, com Léo Pereira, por exemplo, mas tem o mérito de ter acertado o setor com a entrada de Kadu ao lado de Gustavo. Com essa dupla, o Atlético tem a quarta melhor defesa da competição, com três gols sofridos. Apenas Goiás, São Paulo e Corinthians sofreram menos. A dupla de volantes formada pelos pratas da casa Otávio e Hernani também tem dado conta do recado. A solidez defensiva, comandada pelo goleiro Weverton, ainda trouxe mais confiança para os laterais Natanael e Eduardo atacarem.

4. Liberdade para Walter

O atacante é o principal jogador do Furacão e Milton Mendes sabe disso. Não é à toa que o jogador tem total liberdade dentro de campo. Às vezes o camisa 18 está no meio de campo ou na lateral, iniciando as jogadas e organizando a equipe, e às vezes está perto da área, para finalizar. Sem tanta obrigação de marcar, Walter consegue ser o diferencial rubro-negro mesmo quando não faz gols ou assistências por causa da visão de jogo.

5. Recuperar jogadores

O principal exemplo é o atacante Douglas Coutinho. O técnico admitiu que o atleta passou por problemas pessoais e que a melhor maneira dele se recuperar era jogando. Coutinho fez gol nos últimos dois jogos. O meia Nikão, o lateral Natanael, o volante Otávio e o atacante Cléo também cresceram com o treinador.

Logo que chegou ao Atlético, o treinador percebeu que alguns jogadores estavam “queimados” com a torcida. Entre eles o meia Bady e o atacante Dellatorre. Pressionado para não escala-los, o técnico bateu o pé e disse que esses atletas estavam servindo de bodes expiatórios para a má fase do time. Eles não chegaram a voltar a jogar bem, mas a atitude contribuiu para que o técnico ganhasse o grupo.

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