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Doático Santos em dois momentos no Atlético: hoje a favor da chapa de Petraglia e em 2005, pedindo a saída do dirigente. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Doático Santos em dois momentos no Atlético: hoje a favor da chapa de Petraglia e em 2005, pedindo a saída do dirigente.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

As eleições no Atlético fizeram emergir um personagem acostumado aos bastidores. Conselheiro do clube e membro da chapa de situação CAPGigante, Doático Santos é o comandante da tropa de choque de Mario Celso Petraglia.

Na trincheira do atual presidente do Furacão, que agora vai se candidatar ao Conselho Deliberativo, o paranaense de Palmas usa estratégias de quem foi líder de torcida organizada nos anos 70 e construiu uma carreira de agente político.

“Conheci o Petraglia em 1975, quando ele ingressou na Retaguarda Atleticana e eu era do Esquadrão da Torcida Atleticana. Ele fez uma revolução que levou o clube ao posto de um dos grandes do futebol brasileiro”, resume Doático, 59 anos.

Sobre as críticas de “puxa-saco profissional” de Petraglia, o torcedor se defende: “As pessoas têm inveja do relacionamento forte que a gente tem, que se reproduz em respaldo político. Procuram desmerecer com análises chulas”.

A relação entre os dois, entretanto, nem sempre foi das melhores. Em 2005, Doático liderou o movimento Fora Petraglia, após o cartola aumentar o preço dos ingressos. À época, considerou o dirigente “sem equilíbrio” para tocar o Furacão.

“Fiquei dois anos junto com a [torcida organizada] Fanáticos na oposição. Conseguimos manter um preço menor e, por birra, o presidente não permitiu a bateria da torcida no estádio”, relembra Doático, funcionário comissionado da Assembleia Legislativa do Paraná.

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Na política, o ex-vereador também já mudou de lado. Ex-secretário-geral do PMDB em Curitiba, Doático foi por décadas correligionário de Roberto Requião, senador pelo partido atualmente, hoje arqui-inimigo. Agora é apoiador de Beto Richa, governador do Paraná pelo PSDB.

No cenário clubístico, os campos de batalha preferidos pelo torcedor são a Boca Maldita e a internet. Nesta quinta-feira (26), o atleticano promete soltar uma “bomba” sobre o pleito do Rubro-Negro, marcado para o dia 12 de dezembro, na Baixada.

“Vamos lançar o jornal Contra-Ataque Atleticano, informativo do nosso comitê que é bem apimentado. O slogan é ‘vale a pena ver de novo’. Mostraremos o que os oposicionistas fizeram no sentido de merecer o repúdio da torcida”, comenta Doático.

Há também o site da Confraria do Atlético. Espaço para exaltar os feitos de Petraglia, as vitórias do Furacão e as atividades do grupo, como encontros e jantares. E, claro, detonar os desafetos, com apelidos e análises jocosas.

A vítima mais recente foi Henrique Gaede, candidato ao Conselho Deliberativo pela chapa Atlético de Novo. O advogado foi chamado de “Gaede Canabrava”, uma referência à foto do oposicionista com a camisa do Rubro-Negro e cerveja na mão que rendeu crítica de Petraglia.

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“A Confraria é uma alegoria, de gozação, ironia. Nós temos vários colaboradores, mas eu gosto muito de escrever. O Canabrava é da minha lavra. Recebi dezenas de processos, sem nenhuma condenação. Sou réu primário”, afirma Doático.

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