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Luiz Sallim Emed, novo presidente do Atlético. | ALBARI ROSA/GAZETA DO POVO
Luiz Sallim Emed, novo presidente do Atlético.| Foto: ALBARI ROSA/GAZETA DO POVO

A permanência do atacante Walter não é o ‘presente de natal’ prometido à torcida do Atlético pelo presidente Luiz Sallim Emed, mas é prioridade nos primeiros dias da gestão do médico à frente do clube.

O dirigente diz que a negociação com o Porto, de Portugal, é ‘complicada’, mas ao mesmo tempo está confiante em contar com o camisa 18 logo no início da pré-temporada, no dia 5 de janeiro. Apesar de os portugueses serem reconhecidos como bons negociadores, Emed trabalha em busca de um desfecho positivo, talvez com o reempréstimo do jogador.

“Vamos dar uma padaria para eles”, brinca o mandatário, que acredita que o grande presente para os torcedores será a formação de um bom time em 2016. “A torcida pode ficar tranquila nesse sentido”.

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O que eu pude identificar é que, pelo fato de o clube ter todos seus setores profissionalizados, as coisas estão caminhando com naturalidade. Isso já vem de muitos anos. Não percebi nenhuma mudança significativa porque as coisas estão muito em ordem. O que realmente iniciei de mudanças é em relação ao relacionamento com sócios, com a torcida, com a imprensa. Nessa semana visitei a grande maioria dos órgãos de imprensa, conversamos, e estamos modificando [o relacionamento]. É um compromisso de campanha e vamos manter.

Como você vai dividir seu tempo entre o trabalho no hospital e no Atlético?

Tem um ditado que diz que quando você precisa de alguém para fazer determinada coisa, convide alguém que faz bastante. Aquele que nunca faz a tendência é continuar não fazendo. Eu vou saber dividir bem as minhas atividades sem comprometer o compromisso de manter com qualidade todas as funções. Se eu identificar dificuldades preciso de mais gente para me ajudar. Mas não vai ser um trabalho operacional. O que tenho de desenvolver são ações de planejamento, de resoluções e decisões estratégicas do clube.

Como a renovação do Walter está sendo tratada depois de o jogador declarar que gostaria de jogar no Sport, seu clube do coração?

ALBARI ROSA/GAZETA DO POVO

Foi uma entrevista em que ele disse do sentimento dele, da afetividade que ele tem pelo clube. Em seguida, disse que o plano dele é continuar com o Atlético. Foi um momento de afetividade, na minha interpretação. Em nenhum momento ele quis o desejo de sair do Atlético. Isso não aconteceu. Agora, a negociação com ele é mais complexa porque existe um clube internacional que deseja vender, receber aquilo que eles investiram. Então fica uma situação mais complexa... Agora, tem certas coisas que a gente consegue fazer, outras que não dá. Mas empenho está sendo direcionado para ele ficar.

O ‘presente de natal’ prometido à torcida durante a campanha seria a manutenção dele?

Não. Você veja, quando falamos alguma coisa, aquilo fica tão gravado que a torcida fica na expectativa... Nessa semana o que conseguimos fazer foi contratar dois jogadores [meia Vinícius e atacante André Lima] que são reconhecidos. Mesmo com a interrupção do Natal, acho que devem chegar mais dois atletas nesta semana. O presente, digamos assim, ao invés de ser um único presente vistoso, serão presentes para formar uma boa equipe para 2016. Dois já chegaram e outros vão chegar também. A torcida pode ficar tranquila nesse sentido.

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A pedida do Porto pelo Walter está entre 2 e 4 milhões de euros?

É em torno disso daí. Não tenho o valor exato aqui, mas é um valor significativo para adquirir definitivamente o jogador. Mas o que quero deixar claro é que o Atlético está fazendo um esforço, a negociação está bastante adiantada, no sentido de ele permanecer conosco.

Há um prazo para fechar?

Não. É uma negociação diferente de ir em uma loja comprar um carro ou um terno. É muito mais complexo, envolve jogador, salário, procurador, o clube de lá, nós aqui... Mas estou seguro que ele vai poder estar aqui na reapresentação [5 de janeiro]. É esse o nosso esforço... Precisamos convencer a outra parte de que vai ser bom o Walter ficar mais um período conosco para até melhorá-lo como atleta.

O Atlético mira um novo empréstimo?

Acho que até pode. O Porto tem feito isso [a exigência da compra de parte dos direitos econômicos] como estratégia de negócio. Mas a partir do momento que compreenderem que é uma coisa vantajosa para o Walter, para o Porto e para o Atlético, pode ser. Eles não podem ser tão inflexíveis. Vamos fazer aquilo que for melhor. Se for possível reemprestar sem fazer grande investimento, melhor. Mas se eles continuarem inflexíveis por um valor que a gente possa suportar [compramos].

Você teme que possa haver um desgaste caso a negociação se estenda muito?

Pelo fato de ser uma negociação complexa você não pode ser tão rápido, que pareça que você possa errar, e não demorar. Acho que uma coisa assim é um pouco mais demorada. Eu gostaria muito de dizer que está fechado. Mas infelizmente não depende só da gente. Foi importante a pergunta para não desgastar a imagem dele e nem que a gente crie uma falsa expectativa. A contratação do André Lima não é para substituir o Walter, mas para termos um elenco mais forte.

ALBARI ROSA/GAZETA DO POVO

No fim de janeiro começa a temporada com Paranaense e Primeira Liga. Qual o peso você dá ao Estadual, até por causa do jejum de títulos do clube?

Prefiro responder assim. Vamos jogar com o time titular tanto o Paranaense quanto a Liga Sul-Minas-Rio. A partir de agora, todos os campeonatos que o Atlético entrar vai para disputar o título. Então não vamos priorizar um ou outro. Vamos fazer todo esforço para ter o título. Vou até usar as palavras do Weverton: ‘está chegando o momento de ganharmos títulos’.

Após a eleição você disse que seria o presidente ‘de todos os atleticanos’ e deixou aberta a possibilidade de conversar com a oposição. Isso aconteceu ou vai acontecer?

Eu sou o presidente de todos os atleticanos e vou administrar para todos. É claro que vão ter divergências. Não deu tempo (de conversar), mas vou estar aberto a sugestões. O que queremos é o bem do Atlético, independente se está na situação ou oposição. Mas aquilo que for bom nós vamos aproveitar... Vou estar aberto a receber sugestões e até uma conversa pode acontecer.

Como o ex-presidente Mario Celso Petraglia está auxiliando nesse início de gestão?

Na semana passada ele foi para o Rio e conseguiu harmonizar a Primeira Liga, que foi acertada e vai acontecer. Discutimos então a contratação desses jogadores, pela experiência dele. Tenho dito que seria pouco inteligente desprezar a experiência e os relacionamentos que ele têm sempre que for necessário. Foi isso que aconteceu, afinal de contas foi uma única semana. Ele vai se dedicar realmente mais à questão nacional, no Conselho Deliberativo, e eu vou ficar com o clube nas questões estratégicas que ele também vai participar.

Quem ficará à frente das negociações da dívida da Arena com a prefeitura?

Mauricio Mano/Atlético

Conversamos para eu ser o interlocutor junto a prefeitura. Mas os detalhes, os atalhos, toda a negociação ele [Petraglia] sabe muito bem e vai me passar para eu dar continuidade.

Qual sua expectativa para resolver esse imbróglio?

Como houve um acerto entre o Estado e o Atlético, falta agora a prefeitura. Eu entendo que a prefeitura está fazendo uma interpretação diferente da que o Atlético e o governo do estado estabeleceram. Estou bastante seguro que a prefeitura vai interpretar à semelhança que fizemos e vamos encaminhar isso daí. Vai ter uma solução amigável, de consenso.

Mas vocês estão preparados caso isso não venha a ocorrer?

Eu não considero que isso [acordo] não aconteça. Vamos esgotar todas as alternativas administrativas, entendeu? Para resolvermos a questão em um consenso. Nosso advogado tem feito contato com o pessoal da prefeitura, eles estão estudando e vamos conseguir esse consenso certamente.

A mudança do plano de sócios será suficiente para melhorar a arrecadação e trazer o público de volta à Arena?

Essa é a nossa expectativa, apesar das dificuldades econômicas do país. Reduzimos o preço do plano de sócio, estamos fortalecendo a equipe. Vamos divulgar melhor a necessidade de atingir a capacidade plena, ter um relacionamento mais próximo com o sócios. Essas diferentes medidas vão trazer uma adesão maior. Entendemos que nos últimos anos não conseguimos essa capacidade plena, mas com as mudanças a expectativa é que melhore.

O relacionamento entre Atlético e Coritiba foi muito próximo em 2015. O caso Vitinho, em que o Coxa acusa o Furacão de aliciamento de um jogador da categoria infantil, pode estremecer parceria?

ALBARI ROSA/GAZETA DO POVO

A relação com o Coritiba tem de ser a mais amistosa possível fora do campo. Esse é o compromisso do Atlético e da presidência do Coritiba. Em relação ao Vitinho, não tenho conhecimento. Essa questão ficar no departamento de futebol para resolvermos internamente. Mas toda outra questão, de patrocínio, de estar junto, de fazer ações conjuntas, temos de fortalecer o futebol do Paraná.

O que você acredita que faltou ao time nessa temporada e o que será preciso para 2016?

Até que 2015 foi um ano satisfatório. O grande problema foi o Paranaense, que foi desastroso. Depois recuperamos, ficamos em uma posição aceitável, mas isso não me satisfaz. Para 2016 temos uma base, mantivemos o técnico, ninguém da equipe principal vai sair, e nós estamos reforçando. Então aquilo que foi prometido de ter uma equipe mais competitiva está acontecendo. E vamos continuar sempre buscando porque, como sempre falamos, agora vamos ter mais recursos. O que se investia antes em obras vai ser para o futebol.

Nenhum treinador começou e terminou uma temporada no período em que o Petraglia esteve à frente do clube. Essa sina pode mudar com o Cristóvão Borges?

Essas mudanças acabam ocorrendo por necessidade, para o bem do Atlético. Minha expectativa é de manter o treinador. Para isso o time tem de ir bem, temos de fortalecer. E se ele continuar e nós entendermos que nosso projeto está seguindo bem, não tem porquê mudar... Todo empenho é para mantê-lo. Da forma que estamos imaginando, mantendo a base, a equipe, a tendência é ele ficar até o fim do ano, renovar.

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