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“É um campeonato perigoso, cheio de armadilhas. Às vezes o treinador se engana. Pensa que tem um time forte e durante a competição vai perdendo peças, o elenco não responde. Você percebe que o time não é tão forte como se imaginava” | Maurício Vall/Vipcomm
“É um campeonato perigoso, cheio de armadilhas. Às vezes o treinador se engana. Pensa que tem um time forte e durante a competição vai perdendo peças, o elenco não responde. Você percebe que o time não é tão forte como se imaginava”| Foto: Maurício Vall/Vipcomm

Com a autoridade de atual campeão brasileiro, o sempre calmo técnico Andrade, recém-desligado do Flamengo, classifica a atual disputa da Série A como uma das mais equilibradas da história. Para ele, saber avaliar a força do elenco prevendo eventuais desfalques durante o torneio – por suspensões, lesões e até mesmo negociações – é fundamental para brigar pelo título. O ídolo do Rubro-Negro carioca lembra ainda que a paralisação para a Copa do Mundo pode ser uma ótima opor­­tunidade para deixar a equipe tinindo, mas exigirá bom rendimento nas sete rodadas que a antecedem. Do contrário, a pressão será enorme na retomada após o Mundial. Confira a entrevista feita durante o amistoso da equipe de veteranos do Flamengo com o time master do Operário de Ponta Grossa, no sábado passado.

Como formar um elenco campeão?

Em primeiro lugar, é preciso ter qualidade. No elenco do Flamengo, eu tinha umas 18 peças em que eu podia confiar. Fazia a alteração e sabia que ia surtir efeito. Isso faz a diferença. Você consegue equilibrar o time com um bom preparo físico, com um esquema tático bem definido como nós tivemos. Só assim jogadores podem fazer a diferença nos jogos difíceis. Depois, é trabalhar e torcer para que ninguém se machuque. É preciso também ter sorte para ser campeão.

Quem são os favoritos ao título brasileiro de 2010?O Brasileiro começa com 10, 12 fa­­voritos. É um campeonato duro. É um campeonato perigoso, cheio de armadilhas. Às vezes o treinador se engana. Pensa que tem um time forte e durante a competição vai perdendo peças, o elenco não responde. Você percebe que o time não é tão forte como se imaginava. Não existe muita diferença técnica de uma equipe para outra.

O campeonato para durante a Copa do Mundo. Como essa pausa afeta a preparação?

Pede um planejamento diferente. A pa­­rada te dá a oportunidade de se fa­­zer uma intertemporada com o tempo ideal de preparação. Mas é importante nestes primeiros sete jogos você pontuar bem para ter paz na sequência do campeonato.Um clube que for mal neste começo vai ter dificuldade para se recuperar. Quem arrancar bem vai poder se planejar com mais tranquilidade.

Qual o objetivo que um clube que disputa o título deve ter neste inicio de competição?

Creio que quatro vitórias e um ou dois empates. A meta deve ficar entre 12 e 15 pontos. Esse número está dentro de um planejamento para vencer o campeonato. Na parada, o treinador pode avaliar e recuperar os jogadores. E, o me­­lhor, conseguir trei­­­nar taticamente o time. Para o treinador, esta é a situação ideal.

Muitos jogadores podem deixar o seus times durante a pausa da Copa. Quem deve perder mais com a janela de transferências?

Quem mais pode sofrer com a janela é o Santos. Com as perdas da janela, o campeonato equilibra ainda mais. O treinador precisa conversar com a direção para saber quem pode sair. No Santos, muitos jogadores serão procurados. São vários jovens surgindo ao mesmo tempo. Mas, mesmo que consiga manter o grupo, o Santos é só mais um dos favoritos. Temos outros times muito fortes.

Quatro meses depois do título brasileiro você saiu do Fla­­mengo. O que aconteceu?

Tive a felicidade de pegar um grupo desacreditado, candidato ao rebaixamento, mas que se sagrou campeão. Fui eleito treinador do ano. Aí veio a saída...Minha prioridade é ficar algumas temporadas fora. Depois, retornar e pensar na sequência da carreira no Brasil.

Ficou alguma mágoa na saída do Flamengo, um clube onde você é ídolo?

Foi um risco calculado. Assumi o clube no meio de uma crise. Eu tenho uma história dentro do Fla­­mengo, mas, a partir do momento em que virei treinador, fiquei ex­­posto. Não guardo mágoa, faz parte da profissão de treinador e temos de conviver com a realidade.

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