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| Foto: Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo

Clubes sonham com aumento de verbas

Desde que foi reeleito, há cerca de um mês, o presidente do Clube dos 13, Fabio Koff, tem anunciado (e debatido) a intenção de aumentar o rol de associados, agregando todos os times das duas principais divisões do país. No futuro, a intenção é criar uma liga independente. Com isso, se dispôs a representar os times da Série B na luta por cotas maiores – e justas – nos contratos de televisão. Para os atuais participantes da Segundona, a promessa de receita mais polpuda soa como música, na esperança de que a competição de 2010 seja a última "Série B da merreca".

"Até os grandes clubes estão com dificuldades econômicas e o mercado salarial não vê isso", lembrou Gustavo Mendes, dirigente do Náutico. "Esperamos, para o desenvolvimento do futebol brasileiro, que esta iniciativa dê certo. Há times qualificados na Série B", complementou Francisco Guerra, do Sport, um dos clubes fundadores do C13.

O presidente da Portuguesa, que também já faz parte da tradicional associação, vai mais longe no discurso. "Com o que recebemos, não dá nem para pagar o salário dos atletas. Até a Série C tem de ser mais forte. As duas hoje são uma desgraça", atirou Manuel Da Lupa, mostrando que o gaúcho Koff está ganhando aliados. "Acredito que o contrato feito pelo Clube dos 13 deve ser melhor do que o feito pela CBF", alfinetou.

O Brasileiro da Série B começa hoje dando a nítida impressão de ser uma das edições mais equilibradas dos últimos anos. O principal argumento para sustentar esta tese é a ausência de um rolo-compressor. Ninguém deve passar por cima dos adversários neste ano. Depois de uma sequência de anos em que os clubes mais tradicionais "deram a cara" pela Segundona – Palmeiras, Botafogo, Grêmio, Atlético-MG, Corinthians e Vasco –, nesta edição o Coritiba seria o herdeiro natural do rótulo de grande atração. Tendo de jogar dez partidas fora de casa, em Joinville, a vantagem alviverde, em tese, se dilui. Não há fa­­voritos nem para o título nem para as quatro posições de acesso à Série A.

Acostumados a incomodar na Segunda Divisão, os paulistas de­­vem emplacar alguém no G4. É quase uma tradição. E o ânimo para alcançar o objetivo é dos maiores, como destaca Sérgio Soares, técnico do Santo André, que já mos­­trou competência no Paulistão. "Temos uma expectativa maior, já que efetivamente haverá quatro vagas. Nos outros anos, só brigávamos por três", afirmou, lembrando dos bichos-papões das temporadas anteriores, como Corinthians (2008) e Vasco (2009).

Mais vagas, mais gente de olho grande. Diante da equivalência de forças que se esboça às vésperas da competição, os 20 clubes sonham alto. Mas sabem da concorrência. Paulo Angioni, diretor de futebol do Bahia, campeão nacional de 1988, é um bom exemplo disso. "A responsabilidade aumenta. Os clubes são do mesmo porte nas suas regiões. Como não tem uma grande marca, todos os jogos são iguais, com os mandantes tendendo a ser os favoritos", opinou.

Bahia, Náutico e Sport prometem conquistar vagas para os times nordestinos na Série A de 2011, como confirma o superintendente de futebol do Timbu, Gustavo Mendes. "O Nordeste está se abrindo, os clubes estão se estruturando e a concorrência não deve mais ficar restrita ao eixo Rio-São Paulo", alertou o dirigente.

Como se não bastasse a aparente competitividade técnica entre as equipes, os clubes da Segundona ainda terão de conviver com os problemas financeiros, esperando que seja pelo último ano (leia mais ao lado). Além disso, a Copa do Mundo e a janela de transferências podem causar estragos. Seja cortando o embalo dos times com a paralisação do campeonato, seja desmontando as equipes no meio do caminho – principalmente repondo peças para times da Série A que venham a perder jogadores para o exterior.

O vice-presidente de futebol do Sport, Francisco Guerra, ressalta que por isso é difícil fazer previsões sobre os candidatos ao acesso. "O Santo André, que fez um belo Paulista, vai ser um candidato a subir? Vai jogar com que time? É difícil dizer", falou. "É o mercado europeu quem manda. Há dificuldade em segurar os atletas", complementou o dirigente do campeão nacional de 1987, que, mesmo assim, arrisca um palpite. Para ele, o Coritiba é sim o favorito ao título.

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