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Fora de campo Rafinha trabalha a cabeça para levar menos cartões |
Fora de campo Rafinha trabalha a cabeça para levar menos cartões| Foto:

O professor

Quando o mineiro Marcelo Oliveira foi anunciado como técnico do Coritiba, em novembro de 2010, sua maior credencial não vinha de dentro do campo. Era uma indicação do amigo e conterrâneo Ney Franco. Após trabalhos modestos no Ipatinga, Paraná e CRB, o ex-atacante Oliveira, hoje com 56 anos, montou uma equipe rápida e ofensiva que já fez história, emendando 24 vitórias seguidas, recorde nacional. Com o Campeonato Paranaense, ele ganhou seu primeiro título como treinador e agora sonha em manter a grande fase no Campeonato Brasileiro

Coritiba Foot Ball Club

Melhor colocação: Campeão (1985).

Pior colocação: 27º e rebaixado (1993).

Em 2010: campeão da Série B.

Time-base: Édson Bastos; Jonas, Pereira, Emerson e Eltinho; Leandro Donizete, Léo Gago, Davi e Rafinha; Marcos Aurélio e Bill.

Técnico: Marcelo Oliveira.

Principais reforços: Everton Castro(atacante, ex-Caxias) e Gil (volante, ex-Ponte Preta).

Destaque: Rafinha.

Palpite da Gazeta ✰ ✰ ✰ ✰

Fala, colunista!

"O Coxa entrará no Brasileirão como um dos favoritos a frequentar a zona da Libertadores. Para isso terá de manter o superentrosado time que vem fazendo história desde 2010. Se conquistar a Copa do Brasil, a diretoria terá ainda mais dificuldades em segurar seus principais nomes. Na verdade, qualquer peça que se perca do atual time seria preocupante; de Marcos Aurélio a Pereira, passando por Leandro Donizete e Léo Gago e se estendendo ao banco de reservas."

Tiago Recchia

Você sabia?

O Coritiba só terminou por cinco vezes entre os cinco melhores colocados da elite do Campeonato Brasileiro. As melhores campanhas coxa foram registradas em 1972, 1979, 1980, 1985 (campeão) e 2003.

2011 nem terminou e está encravado na história coxa-branca. Títulos, invencibilidade, recordes... Mas a torcida quer mais. Sonha em reprisar o feito de 26 anos atrás e bordar no uniforme a segunda estrela amarela

Das categorias de base da Portuguesa, de onde surgiram estrelas como Dener e Zé Roberto, apareceu Rafinha. Em 2002, o meia foi o destaque na campanha vitoriosa da Lusa na Copa São Paulo de Futebol Júnior, mas demorou a despontar de vez. Isso só veio a acontecer no Coritiba, clube no qual virou referência a partir de 2010.

Durante esse intervalo de oito anos, muita coisa aconteceu na vida de Rafinha. Uma transferência concluída somente na Justiça fez a Portuguesa perder sua revelação já em 2003. Novo jogador do São Paulo, ele jamais teve uma chance real no clube e se viu envolvido em uma sequência de empréstimos: Santo André, Grêmio, São Caetano, Goiás, Paraná, Coritiba.

O último foi o que deu mais certo, e rapidamente ele se firmou como titular da equipe campeã paranaense e da Série B do Bra­­sileirão em 2010. No fim desse ano, uma nova disputa judicial selou o destino do atleta de 27 anos que, alegando falta de pagamento de algumas obrigações, finalmente rescindiu seu vínculo com a equipe do Morumbi.

Acabaram-se os empréstimos, e com contrato assinado até 2012 com o Coritiba ele pode pensar apenas em jogar futebol. Dentro de campo, os resultados do ano passado vêm sendo até melhorados pela equipe, que com 24 vitórias seguidas estabeleceu a melhor sequência da história do futebol brasileiro.

Quanto a Rafinha, seu faro de artilheiro diminuiu nesta temporada: são 5 gols em 24 jogos (ou 0,21 gol a cada ida a campo), contra 19 tentos nas 57 partidas disputadas em 2010 (ou 0,33). Ele não se importa. Diz que sua grande missão em toda a carreira foi deixar os companheiros na cara do gol (veja entrevista ao lado). E isso ele vem fazendo com precisão neste ano, quando distribuiu 12 passes para gol.

Mas nem só de contribuições para o ataque vive o meia. Marcelo Oliveira sempre que pode elogia o "moderno" ex-jogador do São Paulo. "Ele marca, tem velocidade, boa técnica. Eventualmente faz seus gols, dá muita assistência e taticamente tem muita importância. Em qualquer função que mando ele vai", afirma o técnico.

De tanto ajudar na marcação, Rafinha às vezes abusa dos cartões amarelos. No ano passado, levou 21 advertências (5 vermelhos); na campanha do bicampeonato paranaense, este ano, foi expulso em duas ocasiões. Atento à necessidade de amenizar seu comportamento explosivo, ele vem tendo conversas frequentes com a psicóloga do Coritiba, Flávia Foccacia, e tem visto resultados na prática. "Claro que não vai ser de uma hora para a outra que a gente vai conseguir mudar, mas devagarzinho estou procurando trabalhar esse meu lado também para cada vez melhorar mais", diz. Bom para o torcedor coxa-branca, que confia de olhos fechados no talento de Rafinha para levar o time ao topo do Brasileiro, o que não acontece desde o longínquo 1985.

Entrevista

Rafinha, meio-campista do Coritiba.Após uma grande sequência de empréstimos, você finalmente rescindiu o contrato com o São Paulo. Isso dá mais tranquilidade para trabalhar?

Ajuda no futebol, ajuda na parte familiar. Eu tinha esse problema de ter de voltar [para São Paulo] todo final de ano, né? Graças a Deus hoje tenho uma estabilidade, sei que vou continuar no clube. Sei que no ano que vem [vou continuar] caso não apareça nehuma proposta... Aí já é uma outra situação. A gente não pensa em sair. O pensamento é de fazer história aqui e ficar bastante tempo.

Em 2010 você foi um dos goleadores do Coritiba e neste ano tem marcado menos – sua principal função tem sido dar assistências. Isso incomoda?

Na verdade, na minha carreira toda a minha característica sempre foi essa: de dar mais passes, de deixar o companheiro na cara do gol. Nunca fui de fazer tantos gols. O ano passado foi uma situação atípica, as oportunidades estavam aparecendo e eu estava conseguindo fazer os gols.

Os números obtidos pela equipe no ano levam obrigatoriamente a pensar no título nacional?

O Coritiba é um clube grande, tem que pensar grande. A gente sabe que o Brasileiro é um campeonato longo, mas claro que a gente entra forte, com o pensamento de título também. Nós estamos na Copa do Brasil, e o objetivo é colocar o clube numa Libertadores de novo, então o primeiro foco é nessa Copa do Brasil. Depois o pensamento é no Brasileiro.

Qual a música que está embalando sua boa fase?

Tem um grupo que é amigo nosso, até o Geraldo [atacante] cantou uma música deles num programa [risos], que é a Turma do Pagode. Mas não tem uma música assim [específica], a gente escuta todas.

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