O DNA santista

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Conhece aquela funcionária quietinha da limpeza cujo nome ninguém sabe mas que quando se ausenta faz muita falta? Com Elano a situação é parecida. Na seleção brasileira poucos falavam sobre ele. Mas Dunga chorou muito o desfalque quando o meio-campista, lesionado, não pôde enfrentar a Holanda nas quartas de final da última Copa do Mundo.

Eterno coadjuvante? Elano não se importa com o rótulo – aliás até gosta dele. "O Paulo Henrique [Ganso] e o Neymar são os melhores jogadores do país. Não tenho nenhum problema em ser coadjuvante, se o Ganso e o Neymar forem os melhores, como aconteceu com o Robinho e o Diego em 2002", afirma ele.

Bicampeão nacional em 2002 e 2004, sempre como titular, ele retornou ao clube nesta temporada após seis anos de Europa. E continuou mostrando o que o torcedor alvinegro já sabia – muita vontade, consciência tática, ajuda na marcação e precisão nos passes – e até mais, marcando 14 gols e se tornando o artilheiro da equipe na temporada.

No ano, o sempre regular Elano ainda distribuiu seis assistências e participou de 24 dos 32 jogos do Peixe (os números não levam em conta o jogo da volta com o Once Caldas pela Libertadores). Mas todo mundo continua falando de Neymar e Ganso. Sem problemas. Com seu jeito discreto, o atleta de 29 anos já assegurou até o seu retorno à seleção brasileira.

Tem chances de ser lembrado por Mano Menezes para a Copa América e assim fazer companhia aos dois garotos. E, quem sabe, conquistar mais um Brasileiro, es­­pecialmente se os as­­­tros conti­nu­a­rem na Vila Bel­­miro. "Se algum clube de­po­­­sitar a multa rescisória, as chances de eles saírem são totais", diz, em tom de ironia, o diretor de fu­­tebol do Santos, Pedro Luiz Nunes. Na prática, isso significa 45 milhões de euros (cerca de R$ 103 milhões) para contratar Neymar e 50 milhões de euros (R$ 115 milhões) para levar Ganso.

Você sabia?

A defesa do Santos, muito criticada no início do ano, se transformou. Com Muricy Ramalho, a zaga só foi vazada três vezes nos últimos 11 jogos (sem contar o duelo com o Once Caldas pela Libertadores).

Fala, colunista!

"Se ficar com Neymar e Ganso, tem boas chances. Tudo depende desses dois jogadores. Sem eles, a equipe sentirá um baque, apesar da competência do Muricy."

Tiago Recchia