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Bilheterias do Couto Pereira e da Arena da Baixada raramente estão lotadas. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Bilheterias do Couto Pereira e da Arena da Baixada raramente estão lotadas.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Discurso uníssono dos clubes para assegurar um reforço linear no orçamento, a política do plano de sócios foi flexibilizada pela dupla Atletiba para este Campeonato Brasileiro. Tanto Atlético como Coritiba reviram os preços dos seus ingressos avulsos. Uma forma de atrair o torcedor eventual e, com ele no estádio, ter a chance de fidelizá-lo. Por outro lado, a medida surge como oportunidade de aliviar o péssimo histórico de venda avulsa dos clubes.

O Campeonato Brasileiro de 2014 foi um retrato dessa baixa procura. No Atlético, os ingressos de bilheteria representaram apenas 7% do total comercializado nos dez jogos do Rubro-Negro como mandante – o clube cumpriu nove rodadas de punição pela confusão em Joinville. Foram 11.862 dos 164.500 do total de público pagante. Os sócios do Atlético representaram 89% da ocupação.

O registro do Paranaense deste ano foi ainda pior: somente 2%, ou 1.080 bilhetes, com média de apenas 120 ingressos avulsos para acompanhar a equipe que derrapou na disputa local.

Finalista do Estadual, o Coxa levou bem mais torcedores eventuais ao Couto Pereira do que o rival este ano, representando 20%, ou 16.027 torcedores. No Brasileirão 2014, a venda ocasional foi responsável por 27,7% do borderô, entre as 231.125 pessoas no Alto da Glória. Foram 63.230 ingressos, com média de 3.512 por compromisso em casa.

Com o número de sócios estável, o bilhete extra é uma chance a mais de arrecadação. “Os dois clubes estão tendo um choque de realidade. Ambos não têm bons times que seduzam o torcedor. O jogo tinha de ser divertido. O Coritiba quase caiu ano passado. O Atlético tem um ano bom, outro ruim. Mesmo tendo um bom número de sócios, sabe-se que eles não vão em todos os jogos. Com um ingresso caro, o Atlético, mesmo com uma nova arena, tem jogos quase vazios”, apontou o consultor em marketing e gestão esportiva, Amir Somoggi.

“Essa proposta do sócio levar outro por um preço menor garante a experiência do torcedor ir ao estádio com um ingresso mais acessível. O Coritiba ganha ao melhorar o público nos jogos de menor apelo”, completou.

Para rever a pequena participação do público ocasional, o Atlético usou a estreia no Brasileiro para promover descontos. Com o mote do Dia das Mães, o sócio que levasse a mãe à Arena tinha desconto de R$ 150 para R$ 100 no setor Furacão e de R$ 250 por R$ 150 no setor Plus. A promoção do “convidado” continua e pode chegar a R$ 50 se considerado o meio-ingresso.

Já o Coxa levou em conta as bilheterias dos três últimos anos para escalonar os valores dos ingressos e desenvolver uma tabela específica para o Nacional. A intenção é adequar o preço ao apelo dos adversários.

O Coritiba tenta aumentar a procura nos jogos com expectativa de menor público, enquanto as partidas contra oponentes tradicionais e com garantia da torcida adversária no estádio seguem nos padrões já praticados pelo clube.

São três categorias: A, B e C. Na categoria A, a mais cara, estão as partidas contra Grêmio, Flamengo (13/6), Corinthians (26/7) e Palmeiras (12/8). O duelo contra os gaúchos, contudo, ainda não mostrou os efeitos da medida e apenas 988 tíquetes foram vendidos. Na categoria B estão os jogos contra Avaí (30/5), Cruzeiro (28/6) e Joinville (5/7). E na categoria C estão os duelos contra Ponte Preta (8/7) e Goiás (2/8).

Nas modalidades Torcedor Coritiba, que paga mensalmente R$ 9,90, e Coxa Special, os descontos nos ingressos chegam a 64% em qualquer setor do estádio, podendo derrubar o bilhete avulso a R$ 20 na arquibancada em um jogo da classe C.

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