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| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Seis dias após a Câmara de Vereadores de Curitiba voltar atrás e manter a proibição da venda de bebidas alcoólicas no interior dos estádios da capital, o consumo de cerveja foi intenso nos arredores do Couto Pereira, neste domingo (20), horas antes do clássico Atletiba – o Coritiba venceu por 2 a 0.

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A três quadras de distância do estádio, começavam a surgir os primeiros vendedores ambulantes, comercializando cerveja em isopores. Nas ruas mais próximas ao Couto, os bares estavam abarrotados de gente, que precisavam disputar espaço nas filas para obter o líquido.

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No entorno, a questão da proibição da venda de bebidas dentro das praças esportivas dividiu opiniões. “Se não liberam lá dentro, todo mundo traz de casa ou compra com os camelôs que ficam por aqui. Se o cara quer fazer coisa errada, não é por causa da cerveja. Ele já sai com essa intenção de casa”, defende o serralheiro coxa-branca Élton Cordeiro, de 23 anos.

Mesma opinião do atleticano Érico Fontoura, 27 anos, que entende que a decisão dos vereadores pune a maioria dos torcedores por causa dos atos injustificados de uma minoria violenta. “Não faz diferença algum tomar fora ou dentro. É uma questão política. Mais da metade dos vereadores mudarem de voto, foi uma sacanagem”, reclama o administrador de empresas.

O juiz de direito Peterson Santos, 42 anos, por outro lado, apoiou a decisão dos vereadores. Para Santos, o principal problema da liberação é a possibilidade de torcedores deixarem os estádios e dirigirem embriagados. “Bebida alcoólica gera o perigo de delitos, o principal deles é a embriaguez ao volante”, argumenta.

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Mesma opinião do advogado José Vasco, 58 anos, que vai além. Vasco defende que, se a bebida é proibida dentro dos estádios, deveria ser proibida também em seu entorno. “Ou libera tudo ou proíbe tudo. Da forma que é hoje, o pessoal já entra embriagado no estádio”, analisa.

Opinião de torcedores à parte, a venda de bebidas alcoólicas nos arredores do Couto Pereira fez a alegria dos vendedores ambulantes, que chegam a lucrar cinco vezes mais em dia de clássico. “Em um jogo normal dá pra lucrar R$ 300. Hoje, a expectativa é de mais de R$ 1.000 de lucro”, comemora uma vendedora não-licenciada que prefere não se identificar.

“Temos de ficar atentos com a fiscalização. A polícia em si não pode fazer nada. Mas hoje mesmo um fiscal passou por mim e disse para eu sair do local em que estava. Então, vim para esta outra rua e sigo vendendo”, prossegue.

Outro vendedor não-licenciado também celebra o lucro extra no dia de clássico e revela o receio com a fiscalização. “Não temos licença. Então, se nos pegarem, levam a mercadoria. Mas é difícil de acontecer”, argumenta o vendedor, que também prefere não se identificar, mas que garante bater ponto com seu isopor em todos os jogos do Coxa dentro de casa.

Além da cerveja, o consumo de bebidas destiladas de maior teor alcoólico também foi ostensivo nas horas que antecederam o Atletiba. Nas calçadas, garrafas de vodka e whiski se misturavam com sucos e refrigerantes, formando o famoso tubão. Tudo sob os olhares da Polícia Militar, presente em grande número no entorno do Alto da Glória.

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