• Carregando...
Lúcio Flávio, destaque do duelo decisivo entre Paraná e Coritiba, durante treino no CT Racco. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Lúcio Flávio, destaque do duelo decisivo entre Paraná e Coritiba, durante treino no CT Racco.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Durante uma coletiva de apoio a Ricardo Gomyde, concorrente à presidência da Federação Paranaense de Futebol (FPF), o presidente Rubens Bohlen prometia que o Paratiba deste domingo (29) teria um tratamento inédito, nos mesmos moldes do Atletiba disputado na quinta rodada. Coletiva conjunta dos clubes, campanha pela paz e sugestão até de torcida mista em um dos setores da Vila Capanema.

Um mês depois, o clássico de encerramento do primeiro turno estadual foi desconstruído. Será disputado num cenário irreconhecível na parte política, técnica e até mesmo nas arquibancadas.

Bohlen renunciou, Gomyde perdeu a eleição, o jogo terá o Coxa com o time misto e 48 horas antes não se sabia nem sequer onde seria realizado. Acabou marcado para o Durival Britto mesmo, mas nada de torcida conjunta. Nenhuma, aliás. O jogo será às 16 horas com portões fechados.

A tentativa de união com os históricos rivais ruiu para Bohlen diante da sua desintegração no próprio Paraná. Com gestão questionada pelo grupo ‘Paranistas do Bem’, ele resistiu ao que chamou de ‘tentativa de golpe’. Mas, sucumbiu após ameaças sofridas e denunciadas à polícia. Durante a semana, anunciou sob lágrimas a primeira renúncia ao cargo no clube.

O novo presidente, Luiz Carlos Casagrande, o Casinha, precisou ignorar o campo afim de resgatar o grupo que havia prometido o refresco financeiro de R$ 4 milhões ao Tricolor.

Não bastasse a total instabilidade na cúpula diretiva e consequente falta de foco para ações de marketing e parceria entre os adversários para o clássico, o clube se viu ‘sem-teto’ às vésperas do duelo. O laudo de segurança da Vila Capanema venceu na sexta-feira (27) e a inspeção realizada para renovação do documento não permitiu a aprovação da Polícia Militar, que vetou o estádio por falta de segurança.

A primeira alternativa da FPF, que seguiu sob o comando do reeleito Hélio Cury – rejeitado no pleito pelos dois clubes que estarão em campo neste domingo – foi indicar Cascavel. Depois de várias reuniões e sugestões, acordou-se pela Vila vazia.

“É inconcebível essa confusão toda da Federação. Nossa intenção é continuar com a parceria entre os clubes e transformar os clássicos em jogo de paz. Mas vai ter de ficar para a próxima”, admitiu o presidente do Coritiba, Rogério Bacellar, que chegou a insinuar retalhação de Cury.

O jogo se esvaziou também no gramado. Apesar do risco de perder a liderança, o Coritiba terá nada menos do que sete mudanças na escalação.

“Esse fator extracampo só embaralha um pouco mais a nossa cabeça. Pensando como se eu fosse um jogador deles, eu encararia esse jogo como se fosse o da minha vida. Por ser um clássico, pela situação que tem fora de campo, que você não sabe o que pode acontecer”, afirmou o lateral-esquerdo Paulo Otávio, uma das novidades do time coxa-branca, na tentativa de valorizar o duelo.

Ao Tricolor, uma vitória pode colocá-lo em terceiro. No pior cenário, termina a primeira fase em sétimo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]