• Carregando...
 | Ilustração Felipe Mayerie/Gazeta do Povo
| Foto: Ilustração Felipe Mayerie/Gazeta do Povo

Cronologia de R10

19 de julho de 2015. Ronaldinho Gaúcho é apresentado oficialmente pelo Fluminense, no Maracanã.

“Vim para fazer história”, resumiu o meia, que não jogava futebol há cerca de um mês, desde que saiu do mexicano Querétaro.

28 de setembro de 2015. Após nove jogos com a camisa do Tricolor das Laranjeiras – e nenhum gol marcado – , o melhor jogador do mundo em 2004 e 2005 rescindiu amigavelmente seu contrato.

Nunca mais jogou uma partida oficial. Passou a se apresentar esporadicamente em amistosos por China, Estados Unidos, Equador, Peru... Há um ano e meio, Ronaldinho não leva mais a vida de um atleta profissional.

Janeiro de 2017. Com a estratégia de contar com uma grande estrela do futebol para alavancar o marketing do clube, o Coritiba confirmou que fará uma proposta para o gaúcho, hoje com 36 anos. Uma reunião deve acontecer ainda nesta semana. Juliano Belletti, contratado em dezembro como diretor executivo internacional do Coxa, é o dono da ideia.

Especialistas em marketing e gestão esportiva procurados pela Gazeta do Povo garantem que a contratação de Ronaldinho Gaúcho pelo Coritiba tem tudo para ser um fiasco. O motivo é o histórico recente do jogador, que desde setembro de 2015 não atua regularmente, e a possibilidade de alto investimento por parte do Coxa .

LEIA MAIS: O que está por trás da bomba de Ronaldinho Gaúcho no Coritiba

‘Aposentado’, Ronaldinho Gaúcho curte a vida entre peladas, polêmicas e funk

Leia a matéria completa

“Seria o maior fiasco da história, uma piada. Tenho pena de quem teve a ideia. Não é porque é famoso que vai servir para o marketing”, crava o consultor Amir Somoggi.

“Acho absolutamente temerário. Claramente já foi tentado em outros lugares e deu errado”, concorda o editor do site Má­­quina do Esporte, Erich Beting.

Na visão de ambos, a aposta é arriscada demais. O benefício (se houver) seria mínimo, como um aumento no número de sócios e da bilheteria do estádio. O caso do Flu serve de aviso.

“Marqueteiramente, acho que já não vale. O retorno vai durar um mês. Localmente, o Fluminense tem menos força do que proporcionalmente o Coritiba tem, mas o Ronaldinho não se pagou lá. Pelo contrário. E acho difícil de se pagar agora”, analisa Beting, que ressalta a necessidade de uma resposta do jogador em campo – o que não acontece desde a passagem do gaúcho pelo Atlético-MG.

O título da Libertadores de 2013 foi o último brilho do astro. “O torcedor está indo na onda e quer resultado esportivo. Dez anos atrás o cara era melhor do mundo. A torcida quer o Ronaldinho fantástico. Imagina se o time começa a ir mal no Brasileiro, a brigar contra rebaixamento? Para gerar receita, precisa do mínimo de desempenho”, ressalta o jornalista.

Para Somoggi, a tática de contratar grandes nomes em fim de carreira não funciona para alavancar as finanças de um clube. O ideal, segundo ele, é seguir o caminho contrário.

“O Seedorf, por exemplo, ajudou em campo, mas arrebentou as finanças do Botafogo. Acho que o correto é buscar alguém novo, como o argentino Calleri, trabalhar a marca dele, construir uma história com o clube. O Ronaldinho é ex-jogador. Se o Coritiba quer ser respeitado, tem de buscar alternativas”, diz o consultor.

“Não vejo nenhum ponto positivo. Vale mais a pena pegar esse dinheiro e aplicar em ações de marketing para expandir a marca do time”, emenda.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]