Cronologia de R10
19 de julho de 2015. Ronaldinho Gaúcho é apresentado oficialmente pelo Fluminense, no Maracanã.
“Vim para fazer história”, resumiu o meia, que não jogava futebol há cerca de um mês, desde que saiu do mexicano Querétaro.
28 de setembro de 2015. Após nove jogos com a camisa do Tricolor das Laranjeiras – e nenhum gol marcado – , o melhor jogador do mundo em 2004 e 2005 rescindiu amigavelmente seu contrato.
Nunca mais jogou uma partida oficial. Passou a se apresentar esporadicamente em amistosos por China, Estados Unidos, Equador, Peru... Há um ano e meio, Ronaldinho não leva mais a vida de um atleta profissional.
Janeiro de 2017. Com a estratégia de contar com uma grande estrela do futebol para alavancar o marketing do clube, o Coritiba confirmou que fará uma proposta para o gaúcho, hoje com 36 anos. Uma reunião deve acontecer ainda nesta semana. Juliano Belletti, contratado em dezembro como diretor executivo internacional do Coxa, é o dono da ideia.
Especialistas em marketing e gestão esportiva procurados pela Gazeta do Povo garantem que a contratação de Ronaldinho Gaúcho pelo Coritiba tem tudo para ser um fiasco. O motivo é o histórico recente do jogador, que desde setembro de 2015 não atua regularmente, e a possibilidade de alto investimento por parte do Coxa .
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‘Aposentado’, Ronaldinho Gaúcho curte a vida entre peladas, polêmicas e funk
Leia a matéria completa“Seria o maior fiasco da história, uma piada. Tenho pena de quem teve a ideia. Não é porque é famoso que vai servir para o marketing”, crava o consultor Amir Somoggi.
“Acho absolutamente temerário. Claramente já foi tentado em outros lugares e deu errado”, concorda o editor do site Máquina do Esporte, Erich Beting.
Na visão de ambos, a aposta é arriscada demais. O benefício (se houver) seria mínimo, como um aumento no número de sócios e da bilheteria do estádio. O caso do Flu serve de aviso.
“Marqueteiramente, acho que já não vale. O retorno vai durar um mês. Localmente, o Fluminense tem menos força do que proporcionalmente o Coritiba tem, mas o Ronaldinho não se pagou lá. Pelo contrário. E acho difícil de se pagar agora”, analisa Beting, que ressalta a necessidade de uma resposta do jogador em campo – o que não acontece desde a passagem do gaúcho pelo Atlético-MG.
O título da Libertadores de 2013 foi o último brilho do astro. “O torcedor está indo na onda e quer resultado esportivo. Dez anos atrás o cara era melhor do mundo. A torcida quer o Ronaldinho fantástico. Imagina se o time começa a ir mal no Brasileiro, a brigar contra rebaixamento? Para gerar receita, precisa do mínimo de desempenho”, ressalta o jornalista.
Para Somoggi, a tática de contratar grandes nomes em fim de carreira não funciona para alavancar as finanças de um clube. O ideal, segundo ele, é seguir o caminho contrário.
“O Seedorf, por exemplo, ajudou em campo, mas arrebentou as finanças do Botafogo. Acho que o correto é buscar alguém novo, como o argentino Calleri, trabalhar a marca dele, construir uma história com o clube. O Ronaldinho é ex-jogador. Se o Coritiba quer ser respeitado, tem de buscar alternativas”, diz o consultor.
“Não vejo nenhum ponto positivo. Vale mais a pena pegar esse dinheiro e aplicar em ações de marketing para expandir a marca do time”, emenda.
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