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Aposta do Coritiba contra o Goiás, Evandro ainda mora no alojamento do clube, no Couto Pereira | /
Aposta do Coritiba contra o Goiás, Evandro ainda mora no alojamento do clube, no Couto Pereira| Foto: /

Em meio às comemorações do título Brasileiro de 1985, o Coritiba entra em campo neste domingo (2), às 11 horas, no Couto Pereira, para festejar o passado, fugir do presente e, principalmente, saudar o futuro.

Embalado pelos 30 anos da conquista nacional, a aposta para bater o Goiás e respirar na tabela tem apenas 18 anos: Evandro. O Coxa não vence um jogo há um mês, está na vice-lanterna, a cinco pontos para deixar a zona de risco.

De contrato renovado por mais três temporadas, o jogador se tornou a sensação de um time carente de vitórias. Suas duas intervenções (gols decisivos), contra Ponte Preta e Corinthians, apenas evitaram derrotas – o suficiente para formatar um elo entre clube-torcida-base.

O novato recebe de Ney Franco a chance de começar um jogo como titular , diante dos torcedores e amigos.

Morador do quarto número 12 do alojamento Dirceu Krüguer, dentro da estrutura do estádio Couto Pereira, junto com outros 53 jogadores, ele rapidamente virou inspiração para tantos irmãos postiços que lá dividem o espaço com o novo candidato a ídolo.

“Todo mundo quer chegar a esse mesmo objetivo. Estar em um clube grande como o Coritiba e ter o seu momento. Agora é o momento dele”, diz Juninho, um dos companheiros de quarto de Evandro.

“Quando um de nós sobe para o profissional e dá certo lá em cima, abre também as portas para quem continua na base. Vendo o trabalho bem feito que ele faz, os técnicos olham diferente para todos nós”, fala Raphael Veiga, titular do sub-23 do Coxa.

O alojamento parece um colégio. Jovens de 16 a vinte e poucos anos dividindo o mesmo espaço, compartilhando os mesmos sonhos. Das camas bagunçadas, passando pelas boas resenhas da madrugada e a saudade da família, até as risadas e o som alto demais.

Foram essas as bases recebidas por Miranda ex-zagueiro do Coritiba, hoje na Inter de Milão e seleção brasileira. Ele morou no alojamento do Couto Pereira por quatro anos. Muito mais do que precisava, pois no meio desse tempo já tinha dinheiro para viver só e confortavelmente.

A imersão , no entanto, foi a opção escolhida por ele. “Tinha tudo que precisava, casa, comida e roupa lavada. Minha única preocupação era jogar futebol. Por isso optei por ficar ali”, contou Miranda. “Ali eles nos prepararam para ser mais que um simples jogador. Mas dão estrutura para sermos homens de verdade. Devo o que sou ao Coritiba e ao tempo que vivi ali”.

Dirigido à época por Dirceu Krüguer, hoje o local tem a supervisão de três monitores que se revezam nos cuidados com a piazada. As broncas e o carinho caminham juntos. “A convivência com eles é sensacional. Vem gente do Brasil todo, com várias culturas. Passamos por muitas coisas juntos e as vezes somos até pais deles. É gratificante vê-los, por exemplo, marcando um gol contra o Corinthians”, disse Luiz Daniel Schlocobier, um dos “tutores” das promessas coxas-brancas.

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