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Rogério Bacellar enfrenta ano conturbado no Coritiba. | Henry Milléo/Gazeta do Povo
Rogério Bacellar enfrenta ano conturbado no Coritiba.| Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo

O primeiro ano do presidente Rogério Bacellar no comando do Coritiba não tem sido fácil. Em 2015, o dirigente enfrentou os mais diversos tipos de problemas, dentro e fora de campo, culminando com a luta contra o rebaixamento no Brasileiro. A Gazeta do Povo lembra dez fatos de deram dor de cabeça ao mandatário neste ano. Bacellar comentou cada um deles. Veja abaixo.

1- Falta de dinheiro

A escassez de recursos foi um dos principais motivos de reclamação de Bacellar. Por causa disso, o clube fez algumas apostas baratas no começo da temporada que não deram certo.

“As verbas de televisão já tinham sido recebidas. Alguns patrocínios e o dinheiro do Paranaense já tinham sido recebidos também. Ficamos com a arrecadação dos associados e alguns patrocínios novos que conseguimos”, relembra o presidente.

2- Fracasso no Estadual

Daniel Castellano/Gazeta do Povo

O Coxa chegou à final do Paranaense como grande favorito, porém pela frente estava o Operário, que no placar agregado venceu a decisão por 5 a 0 e mostrou as deficiências do elenco alviverde.

“O Operário estava bem entrosado e no nosso time parecia que cada um falava uma língua. Ninguém se entendia. Foi triste. Mas o ponto positivo é que valorizou o futebol do interior, o que é importante para nós. Um interior forte pode nos ajudar com a reposição de atletas”, argumenta.

3- Saída de Medina

O projeto elaborado pelo ex-diretor executivo, João Paulo Medina, para o futebol do Coxa foi um dos trunfos na eleição de Bacellar. Mas a parceria com o profissional durou apenas cinco meses. Em maio, ele decidiu sair do clube.

“Não acho que isso complicou porque o Medina indicou o sucessor dele, que é o Maurício Andrade. Houve uma continuidade”, defende.

4- Distanciamento de Alex

Cabo eleitoral da chapa de Bacellar, o ex-meia Alex aos poucos foi se distanciando da atual gestão, inclusive recusando o convite para ser diretor de futebol. “O grande projeto que tinham para o clube não aconteceu”, criticou o ídolo recentemente.

“ Ele tem um projeto de vida e por isso não aceitou. O que ele me disse é que foi mal interpretado [sobre as críticas à gestão]. Mas não vejo problemas em críticas, pois as que são positivas fazem a gente crescer. Não perturba”, garante Bacellar.

5- Cornetagem do Conselho

O Conselho Deliberativo do Coxa não deu vida fácil para Bacellar. A pressão principalmente para a saída do ex-vice-presidente Ernesto Pedroso e do ex-técnico Ney Franco foi enorme.

“Hoje, 80% do conselho é formado por novos conselheiros. O pessoal quer mostrar serviço e verificar tudo como funciona. A nossa gestão é transparente”, valoriza.

6- Racha no G5

Do G5 original eleito no final de 2014, apenas Gilberto Griebeler segue ao lado de Bacellar, resultado de várias divergências no grupo escolhido para comandar o clube. Ricardo Guerra foi o primeiro a sair, em maio. Depois foi Ernesto Pedroso, em julho, que renunciou ao saber de um abaixo-assinado pedindo sua demissão. Já no final de agosto, foi a vez de André Macias pedir licença após se envolver nas polêmicas conversas de WhatsApp vazadas e que geraram uma crise no clube. Pierre Boulos, que tinha substituído Ricardo Guerra no Conselho, também se licenciou. Restaram Griebeler e o novo vice-presidente, Alceni Guerra.

“Claro que atrapalha, mas você não pode ficar com gente descontente. Na minha vida toda eu nunca segurei ninguém. O Guerra quis sair por motivos particulares. Se o Pedroso tivesse conversado comigo, eu diria que não via por parte do conselho essa força toda para tirá-lo. Não podemos recompor o G5 até o conselho definir como fica a situação do Macias e do Pierre. Nomeei diretores institucionais para me ajudar e outras pessoas tem ajudado também”, destacou.

7- Fator Couto

Antônio More/Gazeta do Povo

O desempenho do time dentro de casa não tem ajudado o presidente alviverde no primeiro ano de mandato. A derrota na final do Estadual foi no Couto Pereira. No Brasileiro, o time é o terceiro pior mandante, com só 46,3% de aproveitamento. “Nossa torcida é exigente, aplaude e critica na hora que precisa. Tem muitos jogadores que não se acostumaram com isso. Depende de cada um e estamos melhorando a cabeça deles para que a coisa comece a fluir de novo no Couto”, afirma.

8- Mudanças de técnico e no elenco

O técnico Marquinhos Santos, que tinha contrato de dois anos, durou até julho. Depois, Ney Franco também caiu. No meio disso, muitas contratações feitas de maneira urgente, totalizando 51 jogadores usados no ano.

“Eu avalio como normal as mudanças de técnico. Hoje na Série A, só o Corinthians não trocou de técnico. A intenção inicial era um projeto longo com o Marquinhos, mas infelizmente não deu. Hoje o Pachequinho está se saindo muito bem. Quanto ao número de jogadores, seria razoável um número de 38 utilizados. Chegamos a 51 porque tivemos que acertar, uma hora tem que acertar. Foi o necessário”, defende.

9- Eleição da FPF

Bacellar apoiou Ricardo Gomyde na eleição presidencial da Federação Paranaense de Futebol. O candidato foi derrotado e o dirigente alviverde se envolveu em uma polêmica ao doar R$ 200 mil para a campanha – dinheiro devolvido depois pelo presidente.

“O Coritiba apostou em uma candidatura e a doação foi normal. Eu resolvi devolver por causa da situação em que o Coritiba está. Mas isso antes de qualquer coisa. Não houve pressão para devolver. Depois que souberam, tiveram de pressionar. Isso é como soltar o foguete e correr atrás do pauzinho”, brinca.

10- Sufoco no Brasileiro

Após usar as últimas campanhas do Coritiba no Nacional como argumento contra o ex-presidente Vilson Ribeiro de Andrade, a atual gestão acabou com o mesmo problema: briga contra o rebaixamento.

“[A situação] não mudou porque não tínhamos dinheiro. Um clube com uma dívida gigantesca, de R$ 200 milhões. Nós não pudermos investir no futebol o que achávamos que íamos poder investir. Dois ou três jogadores do São Paulo mais dois ou três do Corinthians custam toda a nossa folha de pagamento. É difícil”, admite, crente que o Coxa não será rebaixado.

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