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Ilan assina contrato para ser o representante do empresário Marcelo Lipatín na França. | Reprodução/Facebook
Ilan assina contrato para ser o representante do empresário Marcelo Lipatín na França.| Foto: Reprodução/Facebook

Entre os anos de 2006 e 2010, o ex-jogador curitibano Ilan aproveitou a passagem pelo Saint-Étienne para alcançar o status de ídolo no clube francês. Aposentado desde 2015, o atacante revelado pelo Paraná e campeão brasileiro pelo Atlético em 2001 agora embarca em uma nova função: indicar atletas brasileiros para os principais clubes da França e ajudá-los na adaptação ao novo país.

A empreitada consiste em uma parceria com o também ex-jogador e empresário Marcelo Lipatín. E conta ainda com a participação de William Dall’lgna, pai de Ilan e ex-empresário do filho nos tempos de goleador. “Como tenho um bom passado no Saint-Étienne, vamos dar mais apoio para este clube na vinda de jogadores do Brasil. Mas, apesar do bom contato com eles, não tenho acordo de exclusividade”, explica Ilan.

A organização é a seguinte: Lipatin e Dall’lgna são os ‘olhos’ de Ilan no Brasil. Estão constantemente atentos a atletas com potencial suficiente para atuar no Velho Continente. O próprio Ilan, por sua vez, vem com frequência para o país natal para observar pessoalmente atletas específicos.

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“Observamos tanto jogadores prontos, para chegar e jogar, assim como jovens que estão prestes a explodir”, conta Ilan. “O jogador tem de ser bom dentro e fora de campo. Se jogar no Sul do Brasil, é melhor ainda, pois aí já está adaptado ao clima frio, por exemplo. Vi jogos dos times de Curitiba, do Trieste...”, prossegue.

Observamos tanto jogadores prontos, para chegar e jogar, assim como jovens que estão prestes a explodir [...] Os brasileiros são muito procurados para o meio e ataque. E, se tiverem boa técnica, para a defesa também

Ilan ex-atacante e agora empresário de atletas

Em seguida, a função de Ilan é auxiliar o atleta escolhido na adaptação à França. Ajudar a família do jogador a encontrar moradia, escola para os filhos, bons hospitais, além de introduzi-los à cultura local. “Os agentes normalmente trazem os jogadores, assinam contrato e vão embora”, diz Ilan.

A principal concorrência de atletas sul-americanos na hora de chamar a atenção de um clube da França é a dos atletas africanos de ex-colônias francesas, geralmente mais baratos do que os brasileiros. Mesmo assim, Ilan garante que o atleta brasileiro ainda chama a atenção dos clubes de lá.

“Tem posições que são mais difíceis. Eles acabam trazendo muitos africanos para a defesa e para o ataque. São atletas cujas qualidades são a força física e a disciplina”, analisa Ilan. “Mas são poucos os jogadores com imaginação por aqui. Com técnica. Então os brasileiros são muito procurados para o meio e ataque. E, se tiverem boa técnica, para a defesa também”, complementa.

Revelado pelo Paraná no final da década de 1990, Ilan atuou por São Paulo, Atlético e Internacional, no Brasil. Na França, jogou por Saint-Étienne, Sochaux, Ajaccio, Bastia e Grenoble. Na Inglaterra, defendeu o West Ham.

Clima de terror

Os recentes ataques terroristas que atingiram a França mudaram a rotina de Ilan. O jogador vive na pequena cidade de Saint-Just-Saint-Rambert, de 15 mil habitantes, com a esposa e duas filhas pequenas, todas francesas.

Antes da onda de terror, eram comuns as idas da família à cidade de Lyon, distante uma hora de carro. “Agora diminuímos bastante as idas, que eram semanais. Não quero morar em cidade grande. O vilarejo em que moramos é tranquilo, ao lado de Saint-Étienne”, relata Ilan. A família também passou a evitar aglomerações.

“Aeroportos, somente quando necessário. Shows a gente quase não vai. É uma coisa complicada. O primeiro atentado que teve em Paris ficou passando 24 horas na tevê. Eu tive pesadelos com isso”, prossegue, sobre os ataques de novembro de 2015, na capital francesa.

O cenário de insegurança, entretanto, não é empecilho para que atletas brasileiros vão jogar na França, garante o agora empresário. “Aqui está complicado. Mas se você analisar a violência cotidiana no Brasil é muito maior do que acontece aqui”, complementa.

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