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| Foto: Rodolfo Buhrer/Gazeta do Povo

Ex-jogador e ex-técnico Mário Sérgio, que morreu no acidente de avião que levava a delegação da Chapecoense para a Colômbia, nesta segunda-feira (28), tem uma história importante ligada ao Atlético.

Em 2001, ele assumiu o comando técnico do Furacão para a disputa do Campeonato Brasileiro, do qual o time paranaense sagraria-se campeão.

Apostando no esquema 3-5-2 para a disputa do Nacional, ele ajudou na contratação do meia Souza e do atacante Ilan, fundamentais para a conquista.

Mário Sérgio teve um ótimo início no Brasileirão. Na estreia, o Furacão venceu o Grêmio por 2 a 0, em casa, com gols de Kléber e Kléberson. Em seguida, vitória sobre o Cruzeiro por 2 a 1, empate com o São Caetano, vice-campeão do ano anterior, por 0 a 0, e goleada sobre o Flamengo por 4 a 0. Em seguida, vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-MG e na 6ª rodada o primeiro revés: 2 a 1 para o São Paulo, no Morumbi.

Depois daquele jogo, começaria uma maré negra no clube, fruto de “saídas noturnas”, segundo o técnico. Na 7ª rodada, o Furacão perdeu por 4 a 0 para o Vasco. Em seguida, contra o Santos, empate por 1 a 1. O ambiente azedou quando o técnico criticou publicamente as escapadas de vários jogadores.

Depois do episódio, Mário Sérgio chegou a entregar o cargo, mas foi convencido pelos jogadores a ficar. Duas derrotas depois, no entanto, entregou o cargo. Para seu lugar, a diretoria trouxe Geninho, pouco conhecido no cenário nacional.

O novo técnico não mexeu na estrutura tática do time, mas fez com que os jogadores passassem a jogar com mais foco. Naquele Brasileirão, foram 19 vitórias, 6 empates e 6 derrotas.

Em 2003, Mário Sérgio retornou ao Atlético. No dia 11 de agosto de 2008, um novo retorno ao comando do Atlético. Mas pouco mais de um mês depois, no dia 4 de setembro, foi demitido.

Trajetória

Antes de se tornar comentarista de televisão – ele trabalhava na Fox Sports –, carreira que iniciou em 2012, Mario Sérgio foi um dos atletas mais talentosos de sua geração, reconhecido pela habilidade e criatividade. É citado no livro “Os 100 melhores jogadores brasileiros de todos os tempos”, dos jornalistas Paulo Vinicius Coelho e André Kfouri.

Cabeludo e com ar rebelde, Mário atuava com as meias arriadas, vestia a camisa 11 e desempenhava a função de falso ponteiro-esquerdo, meia e até armador. Ao longo de dezoito anos como jogador, colheu elogios na mesma proporção que recebeu críticas dos seus adversários.

Mário Sérgio é considerado um dos melhores jogadores da história do Vitória, onde iniciou sua carreira na década de 1970. Começou a jogar pelo clube em 1971, mas o destaque veio no ano seguinte com a conquista do Campeonato Baiano. Anos mais tarde, foi contratado pelo Fluminense, em 1975, para fazer parte da primeira versão da “Máquina Tricolor”, com Rivelino, Paulo César, Gil, Manfrini e Edinho.

Mesmo com o título carioca de 1975, um desentendimento entre o presidente do Fluminense, Francisco Horta, e o jogador, acabou com sua passagem pelas Laranjeiras. No Internacional, em seguida, Mário fez parte do time que conquistou o Brasileirão de 1979 de forma invicta.

Ele também teve passagem pelo futebol paulista. No São Paulo, tornou-se conhecido por uma de suas jogadas características. Costumava dar um passe em que olhava para um lado e tocava para o outro confundindo a marcação adversária. Por isso, foi chamado de “Vesgo”. Anos mais tarde, Ronaldinho Gaúcho viria a repetir a tática. No Tricolor, ele conquistou o Campeonato Paulista de 1981 e ainda jogou por Palmeiras, Grêmio e Ponte Preta.

Mário Sérgio conquistou a Bola de Prata da Revista Placar em quatro oportunidades: 1973, 1974, 1980 e 1981.

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