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O ex-presidente Aquilino Romani e Ricardo Pinto: projeto de investimento de patrocinador com a vida do treinador não se concretizou. | WALTER ALVES/Gazeta do Povo
O ex-presidente Aquilino Romani e Ricardo Pinto: projeto de investimento de patrocinador com a vida do treinador não se concretizou.| Foto: WALTER ALVES/Gazeta do Povo

Um dos nove ex-funcionários arrolados no processo que levou ao leilão da Vila Olímpica do Boqueirão na manhã desta quinta-feira (11), o técnico Ricardo Pinto foi contratado pelo Paraná em uma negociação frustrada de patrocínio com a fabricante chinesa de equipamentos agrícolas Sinoway, em 2011. Na época, o clube estava sob o comando do presidente Aquilino Romani e acabou rebaixado para a Série B do Paranaense.

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Sem receber salários no período em que trabalhou no Tricolor, de fevereiro a junho de 2011, o treinador, ex-goleiro do Atlético, acionou o Paraná na Justiça. Da dívida total de R$ 1,6 milhão, Pinto tem o maior valor a receber do Tricolor: R$ 450 mil. A reportagem tentou contato com o treinador, mas ele prefere não se pronunciar.

“O Ricardo Pinto foi contratado via Sinoway, que impôs a contratação dele como condição para o patrocínio. Todo mundo sabe disso”, admite Romani, que atualmente faz parte do grupo Paranistas do Bem, que prometeu investir R$ 4 milhões no clube em troca da renúncia de Rubens Bohlen, fato consumado há três meses.

“Tiveram outras gestões que acompanharam a dívida com o Ricardo Pinto e que deveriam ter feito o acordo, já que o valor era pequeno. Mas é difícil, o clube não tem dinheiro. Acompanhei o processo que levou ao leilão, que era para ser cancelado. O clube ainda conseguirá reverter”, confia o ex-presidente.

Na época da negociação com a Sinoway, o atual presidente, Luiz Carlos Casagrande, o Casinha, ocupava o cargo de gerente social e de marketing e, portanto, participou diretamente do negócio. Além dele, outro integrante do Paranistas do Bem, Waldomiro Gayer Neto, era o então segundo vice-presidente do clube. Depois de Aquilino, três anos de gestão Rubens Bohlen também não foram capazes de quitar a dívida com Ricardo Pinto.

Dentro e fora de campo, o negócio com a Sinoway foi o pior possível. A condição dos chineses para investir cerca de R$ 250 mil mensais no Tricolor, pelo período de um ano, foi a exigência de contratação de Ricardo Pinto, que até então acumulava passagens como técnico por equipes pequenas do futebol brasileiro, e do auxiliar-técnico Luiz Juresco.

Dentro de campo, Pinto foi incapaz de evitar o rebaixamento do Paraná para a Segunda Divisão do Estadual, um dos maiores vexames da história paranista. Meses depois, após fraco início na Série B, acabou demitido.

Os chineses nunca depositaram os valores prometidos no acordo de patrocínio. Uma das desculpas utilizadas pela Sinoway foi de que a empresa estaria tendo problemas por causa de um processo burocrático do Banco Central para liberar a entrada do dinheiro no país. Até hoje, o Tricolor tenta na Justiça obter uma indenização do grupo chinês.

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