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Luiz Felipe Grohs, o Pipe, ao lado de Caio Junior. Dez anos de trabalhos juntos. | Divulgação/Chapecoense
Luiz Felipe Grohs, o Pipe, ao lado de Caio Junior. Dez anos de trabalhos juntos.| Foto: Divulgação/Chapecoense

Aos 15 anos de idade, o curitibano Luiz Felipe Grohs, o Pipe, traçou um objetivo de vida: virar técnico profissional de futebol. Decisão precoce, reflexo do amor irrestrito do jovem pelo esporte — ele havia acabado de ser dispensado das categorias de base do Coritiba, seu clube de coração.

Dez anos depois, em 2016, Pipe caminhava a passos largos rumo ao sonho imaginado ainda menino. A trajetória foi interrompida. Auxiliar-técnico de Caio Júnior, o curitibano foi uma das 71 vítimas fatais do desastre aéreo envolvendo a equipe da Chapecoense que viajava para Medellín, na Colômbia, para a disputa do jogo de ida da final da Copa Sul-Americana.

“A vida dele era futebol. Começou jogando futsal no Santa Maria, onde estudou a vida inteira, jogou dois anos pelo Clube Curitibano e chegou a treinar na base do Coxa até os 15 anos”, relembra Luiz Mauro Grohs, 28 anos, irmão de Pipe.

O caminho entre o sonho inicial de ser jogador e o projeto de se tornar treinador foi impulsionado por uma sólida amizade: Pipe era muito próximo de Matheus Saroli, filho de Caio Júnior.

Em 2006, quando o técnico comandava o Paraná rumo à histórica classificação para a Copa Libertadores, Pipe acompanhou de perto a concretização do feito. “Ele viveu muito aquela conquista. Frequentava estádio com o filho do Caio e eles viviam a vida do Caio: vestiário, preleção, jogo”, conta Luiz Mauro.

Foi então que começou a paixão de Pipe pela função de analista de desempenho, algo ainda raro nos clubes do Brasil naquela época. O jovem virou braço direito de Caio Júnior. Fez estágios com o técnico no Palmeiras, em 2007; no Flamengo, em 2008; e no Botafogo, em 2011. Em 2012, passou pelas categorias de base do Coritiba. Em 2013, recebeu o convite de Caio para trabalhar com ele no Vitória.

De lá, Pipe acompanhou o técnico durante duas temporadas no Al-Shabab, dos Emirados Árabes, época em que morou em Dubai. Na volta do treinador para o país, ele veio junto para a Chapecoense. De analista de desempenho, entretanto, já havia virado auxiliar-técnico de Caio, ainda aos 25 anos de idade.

“Ele era o braço-direito do Caio. Era no Pipe que o Caio confiava muito. Posso dizer, sem arrogância nenhuma: o meu irmão era uma pessoa exemplar, profissionalmente muito bom, sempre querendo ver os amigos e familiares o tempo todo”, diz Luiz Mauro. “Minha mãe brincava que, quando ele voltava para Curitiba, vivia três anos em três dias, pois queria ver todos que conhecia”.

Serviço: o velório de Luiz Felipe “Pipe” Grohs acontecerá no domingo (4), a partir das 8h, no Cemitério Iguaçu, em Curitiba. O sepultamento deve acontecer às 16 horas.

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