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Sarah Menezes comemora a vitória sobre a romena Alina Dumitru: integrante do Bolsa-Atleta desde 2006 | Johannes Eisele/ AFP
Sarah Menezes comemora a vitória sobre a romena Alina Dumitru: integrante do Bolsa-Atleta desde 2006| Foto: Johannes Eisele/ AFP

Ouro arretado

Preparada emocionalmente para vencer, a nordestina Sarah Menezes, 22 anos, encerra jejum de 20 anos do país sem título no tatame olímpico

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Dinheiro se transformando em ouro. A frase sintetiza o novo momento do judô nacional. Financiado pelo governo federal, que banca 42% do orçamento anual de R$ 34 milhões da modalidade, o esporte estreou com dois pódios na Olímpiada de Londres.

A piauiense Sarah Me­­ne­­zes, de 22 anos, foi a alquimista do dia, transformando os reais investidos nela em uma inédita medalha dou­­rada na categoria ligeiro (até 48 kg).

Completando o momento mágico da modalidade, o paulista Felipe Kitadai tirou um bronze de onde não se esperava. Azarão, o aniver­­sariante do dia, 23 anos, ficou em terceiro lugar na categoria até 60 kg.

O aporte de verba pública não é por acaso: o judô é visto pelo Palácio do Planalto como um dos carros-chefe para turbinar a subida no quadro geral de medalhas olímpicas, como foco nos Jogos de 2016, no Rio.

Faz sentido. Desde o pri­­meiro pódio, o bronze de Chiaki Ishii em Mu­­nique-1972, são 17 medalhas (3 ouros, 3 pratas, 11 bronzes). Em saldo numérico, o judô já é o esporte que mais premiou o país, ultrapassando a vela, com 16 conquistas. A turma de Robert Scheidt, porém, tem mais ouros – 6 no total.

Primeira judoca mulher a vencer a disputa olímpica, Sarah Menezes é o exemplo perfeito da nova política de investimento em esportes de alto rendimento. Ela participa do programa Bolsa-Atleta, ajuda financeira mensal bancada pelo governo federal, desde 2006, quando tinha 16 anos.

Tão logo Sarah e Felipe ter­­­­minaram suas lutas em Londres, a presidente da Re­­pública, Dilma Rousseff, distribuiu nota parabenizando os atletas – e relembrando as ações do Estado para o esporte. "O governo se orgulha de ter contribuído para a vitória com o programa Bolsa-Atleta, que vem tendo importante papel na profissionalização de nossos desportistas", afirmou a presidente.

Assim, "nadando" em dinheiro, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ), que conta também com o suporte de grandes empresas privadas como Sadia e Bradesco, vai cumprindo com louvor suas metas. O primeiro lugar de Sarah superou a projeção inicial da entidade, que já se contentava em ver uma mulher, finalmente, aparecer em uma final olímpica. Ganhar seria a cereja do bolo. De quebra, a piauiense também cumpriu o segundo objetivo da equipe: se despedir da Inglaterra com pelo menos uma medalha de ouro na bagagem.

O terceiro e último, em an­­damento, está 50% cumprido, graças ao bronze conquistado por Kitadai. Agora, faltam mais duas medalhas para o Brasil igualar seu melhor desempenho (em números absolutos de pódios) em uma única edição dos Jogos: Los Angeles-1984, com duas pratas e dois bronzes.

Como premiação pelo desempenho dos atletas, a CBJ vai distribuir R$ 1 milhão. A promessa é de que o valor seja dividido entre os judocas que conquistarem medalhas. Mais uma alegria para Sarah Menezes e Felipe Kitadai.

Confira um vídeo sobre a preparação do judô brasileiro na Inglaterra.

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