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Alejandra Benitez é símbolo do chavismo na deletação venezuelana. | /Reprdoução
Alejandra Benitez é símbolo do chavismo na deletação venezuelana.| Foto: /Reprdoução

Uma das atletas mais influentes da Venezuela, a esgrimista Alejandra Benitez, 36 anos, está no Rio para disputar sua quarta Olimpíada e também para defender suas posições como “política, mulher e de esquerda”.

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Ex-ministra do Esporte (entre 2013 e 2014) no governo de Nicolás Maduro e deputada pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (de 2010 a janeiro deste ano), Alejandra está entusiasmada com os Jogos do Rio, mas prepara uma forma de protestar na cerimônia de abertura, na próxima sexta-feira (5).

Na Vila Olímpica, neste domingo (31), ela disse à reportagem que não acenará para o presidente interino, Michel Temer (PMDB), que estará nas tribunas do Maracanã, durante o desfile das delegações.

“É triste que não tenha havido um apoio mais contundente à companheira Dilma [Rousseff]. E, neste momento dos Jogos, não se pode fazer nada porque ela não vai estar lá na cerimônia de abertura”, disse a atleta que sempre foi ligada ao ex-presidente venezuelano Hugo Chávez.

“Lamento porque pensava que ia passar pelo estádio e iria saudar a Dilma, como presidente da república. Mas agora há um golpista. Eu não vou saudá-lo, por exemplo, porque é um golpista. Não sei se todos os venezuelanos vão, mas eu não vou. Passarei diretamente porque ele é um golpista, e os golpistas são antidemocráticos. Eu sou pela democracia e pela justiça. Queria ver a Dilma, e não vou a saudá-lo”, afirmou.

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A atleta já declarou admiração pelos ex-presidentes Lula e José Mujica, do Uruguai.

“É terrível o que vemos. Um golpe de estado que estão legalizando. Eu, como mulher, acredito que também foi um ato machista, algo patriarcal, contra a mulher. Na política, o homem acredita que deve se impor ante a mulher, e que ela não tem méritos por estar lá”, disse, quando questionada sobre o processo de impeachment instaurando contra Dilma Rousseff.

“Me incomoda. Dói, afeta, sim. Porque sou política, sou mulher e sou de esquerda. Aconteceu comigo também. No mundo dos dirigentes esportivos eles creem que os homens devem ter domínio absoluto e as mulheres só servem para acompanhá-los. Eu sigo na política, trabalhando no meu trabalho social, no partido socialista”, completou.

Três vezes prata em Jogos Pan-Americanos, ela esteve nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004, Pequim-2008 e Londres-2012, onde conseguiu a 15ª colocação, sua melhor em uma edição.

No Brasil desde a semana passada, ela não fez críticas à vila onde os atletas estão hospedados e elogiou a receptividade dos brasileiros.

“O espírito aqui é único. Quando chegamos ao Brasil, para nós, é como estar em casa. As pessoas são amáveis, querem ajudar em tudo. É um trato especial. Estou aproveitando e esperando o dia mágico, 8 do 8 [agosto]. Um dia especial. É difícil conquistar uma medalha, mas não é impossível”, explica a atleta que anunciou a aposentadoria após os Jogos de Londres, em 2012, mas depois voltou atrás.

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“Agora não vou dizer que é a última. Melhor esperar”, disse, rindo, ela que tem no currículo diversas produções fotográficas em revistas masculina, tendo-lhe sido dado o apelido de “ministra sexy”.

Na história dos Jogos Olímpicos, a Venezuela tem apenas 12 medalhas no total, sendo duas de ouro. Nos Jogos do Rio, a ex-ministra diz que a delegação pretende conseguir ao menos três medalhas. Ela aposta no atletismo, no boxe e na esgrima.

“O apoio ao esporte continua igual apesar do problema econômico do país. Talvez os esportes que não são olímpicos podem ter sido mais afetados porque é ano olímpico. Mas acredito que todos os atletas tenham recursos para as competições, logístico. O esporte ainda é prioridade no país. Como uma ferramenta social, está claro que é prioridade nacional”, concluiu Alejandra.

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