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Teresa Almeida, a Bá: agilidade mesmo com 98 kg de peso. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Teresa Almeida, a Bá: agilidade mesmo com 98 kg de peso.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Sensação da disputa do handebol feminino, a seleção de Angola está próxima de se classificar à próxima fase da Rio-2016 após bater duas equipes de tradição na modalidade: Romênia e Montenegro. E o destaque da equipe, maior campeã africana com 12 títulos continentais, sétima e oitava colocada nos dois últimos Mundiais, é uma goleira fora dos padrões para uma atleta.

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Com 1,70 m e 98 kg, a goleira Teresa Almeida, a , foi o destaque das duas vitórias. Diante da Romênia, barrou a melhor jogadora do mundo, Cristina Neagu. Conta Montenegro, foi a melhor em quadra. Mas muito além das qualidades técnicas, o sobrepeso e, principalmente o carisma, fizeram a arqueira virar o xodó da torcida brasileira.

Aos gritos de “puta que pariu, é a melhor goleira do Brasil”, “Ba, Ba, Ba” e “Ba é melhor que Neymar”, a arqueira de 28 anos, jogadora do Petro Atlético de Luanda, o clube de handebol mais popular de Angola, admite que nunca jogou com tanto apoio da arquibancada.

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“Fico até sem palavras, porque não contava com todo esse apoio, que a cada partida só cresce. Espero que continuem a nos apoiar, até no jogo contra o Brasil”, confia a goleira, que quarta-feira (10) enfrenta a campeã mundial Noruega e, na sexta (12), a seleção brasileira.

Mas antes mesmo de jogar a Olimpíada no Brasil, a goleira já tinha uma ligação com o país anfitrião. Fã das novelas brasileiras, muito populares em Angola – a principal feira da capital Luanda leva o nome de Roque Santeiro em homenagem ao folhetim escrito por Dias Gomes - a mãe da goleira deu o apelido Bá por causa da personagem de mesmo nome interpretada por Zezé Motta em Sinhá Moça. “Como a personagem era babá e eu mesmo pequena gostava de cuidar de bebês, minha mãe me deu esse apelido”, explica a jogadora, que está na seleção há seis anos.

Sobre o peso acima da média para uma atleta, Bá afirma que isso nunca a atrapalhou. Pelo contrário. A goleira garante que o fato de ser gordinha virou até um carisma para atrair o apoio da torcida onde quer que jogue. “Em quase todos os lugares que eu vou as pessoas gostam de mim por causa disso”, afirma a goleira, que só pretende perder um pouco de peso por um motivo bem específico: caber no vestido de noiva no casamento em dezembro.

Dedicação

O técnico Edgard Neto, que trabalha com Bá na seleção e no Petro Atlético, afirma que a jogadora não faz nenhum trabalho físico específico diferente do das outras atletas. E vai além: a goleira é uma das mais dedicadas nos treinamentos“. Não é por causa do tamanho que ela trabalha menos. Pelo contrário. A Bá trabalha muito duro no que toca a condição física. É uma jogadora que gosta de trabalhar”, atesta.

Neto enfatiza que a arqueira é uma referência em Angola, onde o handebol feminino se tornou muito popular após os bons resultados da seleção. “Não há nenhuma menina em Angola que não queira praticar handebol. E a Bá é um exemplo para aqueles que se sentem incapazes de praticar um esporte. Em Angola há muitas moças do tamanho dela que estão no handebol”, elogia o técnico.

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