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Rafael Baby considera que está melhor do que em Londres-2012, quando conquistou a medalha de bronze. | Divulgação/IJF
Rafael Baby considera que está melhor do que em Londres-2012, quando conquistou a medalha de bronze.| Foto: Divulgação/IJF

A Olimpíada começou antes da hora para o judoca paranaense Rafael Silva. A modalidade permite que cada país indique apenas um atleta por categoria para a disputa dos Jogos Olímpicos. Medalhista de bronze em Londres-2012, Baby – conhecido desta forma pelo temperamento tranquilo - seria a escolha natural brasileira para a competição dos pesos-pesados no Rio. No entanto o sonho de lutar em casa no maior evento esportivo mundial esteve perto de ir por água baixo.

Dois fatores quase derrubaram o gigante de 2,03m e 167 kg. Primeiro, uma lesão no músculo peitoral atrapalhou a sequência do trabalho e o tirou de competições importantes na parte final do ciclo olímpico. Ele ficou fora do Pan de 2015 e do Mundial do Cazaquistão, também no ano passado. Além disso, surgiu um concorrente.

O mato-grossense David Moura passou a ocupar as brechas deixadas por Rafael, conseguiu resultados importantes e chegou a ultrapassar Baby no ranking mundial, o que deixou a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) em dúvida sobre a indicação para os Jogos.

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O paranaense precisou correr contra o tempo e voltar logo a competir, mesmo sem estar 100%. Era preciso somar pontos nesta ‘Olimpíada particular’.

“Foi bem desgastante. Você volta da lesão muito aos poucos. Não é uma evolução rápida, tem que adquirir confiança. Comecei a competir em janeiro com bastante dificuldade. A pressão era tremenda”, conta.

No fim de maio, ocorreu o último campeonato antes da confirmação da equipe olímpica brasileira: o Masters do México. Rafael caiu logo na primeira fase. David também. Os dois terminaram colados no ranking da categoria (9º e 10º lugar). Mas em 1º de junho, a CBJ confirmou Baby como o representante brasileiro.

“Você sonha com a Olimpíada, em conquistar mais uma medalha. Tudo dependia dessa notícia. Fiquei apreensivo, mas deu tudo certo”, comemora.

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Faltam menos de 50 dias para a disputa dos pesados, em 12 de agosto. A rotina de Baby é de cinco horas de treinamento por dia e muito estudo dos adversários. Apesar disso, a tensão olímpica precoce a que foi submetido exige momentos de relaxamento. Longe do trabalho, Rafael gosta de ir à casa de amigos, curtir um cinema. Considera-se caseiro: leituras e filmes na televisão são hobbies. As viagens a Rolândia, no Norte do Paraná, onde viveu até os 18 anos, também são um combustível.

“São coisas que te distraem para você não ficar tão bitolado, ansioso. Se ficar gastando energia antes do tempo, você acaba queimando a largada e já chega nos Jogos com vontade de ir embora de tão cansado que você está de só pensar nisso”, diz.

Baby considera que sua versão 2016 é melhor do que a 2012. Fundamental para que o bronze de quatro anos atrás se transforme em uma conquista dourada no Rio.

Francês ‘imbatível é favorito ao ouro

Teddy Rinner faz o sinal de “oito” com as mãos em referência aos últimos títulos mundiais conquistados. Divulgação/IJF

O grande obstáculo de Rafael Silva no caminho do ouro olímpico chama-se Teddy Riner. O francês é o atleta mais soberano do judô. Ele vem de oito títulos mundiais consecutivos na categoria acima dos 100 kg. É o atual campeão olímpico e tem ainda no currículo um bronze nos na Olimpíada de Pequim, em 2008, quando sofreu a última derrota na categoria. Ou seja, são quase oito anos de invencibilidade.

“É um cara diferenciado que mudou bastante a luta dos pesados, por ser mais dinâmico, ter mais movimentação. Ele faz bem para a categoria. No Rio, é o adversário a ser batido”, analisa Baby.

O paranaense enfrentou Rinner sete vezes e perdeu todas, incluindo duas finais de Mundial (2010 e 2013). Mas o discurso é otimista para um possível novo encontro nos Jogos do Rio. “Tenho que ir para cima. É um cara que eu quero enfrentar e dentro do tatame as possibilidades são grandes. Mas não adianta só focar nele. Existem outros lutadores”, afirma.

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