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Operário faz os últimos retoques na Vila Olímpica: previsão de conclusão nesta quinta-feira. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Operário faz os últimos retoques na Vila Olímpica: previsão de conclusão nesta quinta-feira.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Enquanto o Comitê Rio-2016 é criticado pelo atraso nas obras de 15 dos 31 prédios da Vila Olímpica, muitos dos 500 operários convocados de última hora desde domingo (24), quando os atletas começaram a entrar nos apartamentos, encaram os reparos de emergência como um alento.

Boa parte desses trabalhadores estava desempregada ou iria perder o emprego em outras obras. Assim, o chamado de última hora foi um alívio. “Sinceramente, não estou preocupado se o meu trabalho vai contribuir para a realização da Olimpíada. O importante é que graças a essas obras de reparo eu não estou no olho da rua”, diz um encanador de 43 anos, morador da comunidade do Lixão, em Caxias, na Baixada Fluminense, pai de dois filhos.

Ele trabalhava em outra obra da mesma empreiteira, concluída semana passada. Por medo de represália, nenhum dos operários entrevistados pela Gazeta do Povo nesta quarta (27) aceitou se identificar.

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Outros dois amigos também encanadores e moradores de Caxias comemoram a oportunidade de ter voltado a trabalhar na segunda-feira (25). O primeiro, de 24 anos, pai de três crianças, estava desempregado há cinco meses. O segundo, solteiro, há sete meses. “O trabalho veio na hora certa, porque semana passada recebi a última parcela do seguro desemprego”, afirma o mais novo. “Não vou poder pagar tudo, mas com esse trabalho pelo menos vou aliviar a dívida em três cartões de crédito”, diz o segundo, que vinha vivendo de bicos.

Desde segunda-feira, a dupla consertou os encanamentos de 20 apartamentos da vila. “A expectativa agora é ficar de vez nessa empreiteira, porque está muito difícil emprego na construção civil no Rio”, afirma um deles.

Segundo os operários, o trabalho nos apartamentos dos atletas também compensa pelo valor pago nos reparos de emergência. Enquanto a média do mercado é de R$ 80 por dia, o Comitê Rio-2016 está pagando R$ 150.

Apesar de os operários comemorarem a oportunidade, blitz do Ministério Público do Trabalho (MPT) nesta quarta detectou irregularidade na contratação de 615 operários da vila. Todos sem registro em carteira.

O MPT multou o Comitê Rio-2016 em R$ 315 mil e considerou a situação dos trabalhadores como um “barril de pólvora”.

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