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Aline dos Santos Rocha sofreu um acidente de carro quando era adolescente. | Diego Padgurschi /Folhapress/
Aline dos Santos Rocha sofreu um acidente de carro quando era adolescente.| Foto: Diego Padgurschi /Folhapress/

Aline dos Santos Rocha tinha 15 anos de idade e viajava de carro com a mãe e o irmão. Estava no banco de trás, de cinto de segurança. Mas isso não impediu, após uma colisão frontal, que ela tivesse uma lesão medular e perdesse o movimento das pernas. Hoje, dez anos depois, a jovem é um dos 23 paranaenses que estarão a partir do dia 7 de setembro na delegação brasileira na Paralimpíada do Rio de Janeiro.

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“O acidente me tirou a capacidade de andar, mas o esporte me deu asas”, resume a alegre Aline. Ela competirá na corrida com cadeiras de rodas adaptadas (T54) em três distâncias: 1,5 mil metros, 5 mil metros e a maratona (42 mil metros). Neste último é a quarta lugar no ranking mundial.

A vaga para a Paralimpíada veio na última chance, após quatro anos de preparação para esse momento. Mesmo assim, Aline, que não praticava esporte antes do acidente, acredita que a conquista de uma medalha é possível.

“A maratona é uma prova de estratégia, em que andamos em bloco e tem de tomar cuidado para não ficar encaixotado ou não capotar. Quero fazer o meu melhor e melhorar as minhas marcas”, conta a esportista, para quem o esporte, que conheceu aos 19 anos, mudou a vida.

“Ele me levou a conhecer o mundo inteiro, me deu independência e me ajuda a incentivar outras pessoas, deficientes ou não, a praticar esportes”, relata a paranaense, nascida em Pinhão, que graças a patrocínios consegue há dois anos viver do esporte.

Outra paranaense que também irá representar o Brasil é Márcia Cristina de Menezes, 48 anos. Natural de Bela Vista do Paraíso, ela teve uma poliomielite na infância que causou a paralisia da perna direita. Até que, em 2005, acabou se inscrevendo, meio por acaso, em uma competição de halterofilismo. Conseguiu uma medalha e se apaixonou pelo esporte.

Profissional desde 2007, Márcia conseguiu em 2014 a primeira medalha da história brasileira da categoria, seja feminina ou masculina, no Mundial de Dubai. Na Paralimpíada de Londres, dois anos antes, ficou em sexto lugar. Resultados que aumentam a expectativa para uma medalha na Rio-2016.

“Desde 2014 eu consegui sete medalhas em sete competições que eu disputei. Desde o ano anterior moro em Itu (SP), longe do meu filho, focada na preparação, que foi intensa. Me sinto muito preparada para brigar muito por essa medalha”, conta a halterofilista.

Tanto Aline como Márcia podem ser fundamentais para atingir a meta do Comitê Paralímpico Brasileiro, que é de ficar entre os cinco países melhores colocados no quadro de medalhas. Em Londres o Brasil foi o sétimo colocado, quando conquistou 43 medalhas, sendo 21 delas de ouro.

Mas o mais importante com certeza deve ficar no exemplo de superação de cada um dos 285 atletas brasileiros, incluindo os 23 paranaenses, que encontraram no esporte uma maneira de superarem os obstáculos da vida e atingirem objetivos maiores.

“O esporte mudou a minha vida. Eu conheci vários países representando o Brasil, isso é um orgulho imenso. O esporte te dá saúde, muda tua autoestima”, resume Márcia, ansiosa para o começo de mais um desafio, entre tantos que já enfrentou.

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