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Ma Long: uma cachacinha para relaxar | YS/LIM/YUYA SHINO
Ma Long: uma cachacinha para relaxar| Foto: YS/LIM/YUYA SHINO

De que valem os rankings? O número 1 do tênis de mesa não se classificou para Londres-2012. No ano passado, venceu o campeonato mundial apenas na quinta tentativa. Aclamado pela capacidade técnica, o chinês Ma Long esbarra em um adversário insistente: a pressão. Em competições do alto escalão, o estresse é tamanho que o treinador precisou incluir uma técnica de relaxamento incomum: o álcool — produto incomum na dieta de campeões olímpicos em potencial, remédio para os constantes questionamentos à força mental do atleta.

“Para Ma Long, há duas coisas importantes. A primeira é ir a um bar com ele beber álcool quando a pressão é muito forte. A segunda, conversar com ele para distraí-lo”, explicou o treinador Liu Guoliang à AFP.

Guoliang afirma, entretanto, que o consumo de bebida alcóolica do jovem jogador é moderado. O objetivo, segundo ele, é “relaxar um pouco”, em meio à rotina de rigorosas obrigações da seleção chinesa. No Rio-2016, o atleta de 27 anos trabalha para se manter são na disputa do único título que lhe falta: o ouro olímpico, pelo qual vai brigar junto ao compatriota Zhang Jike, campeão na edição londrina. O treinador ressalta que aposta na joia da província de Liaoning.

“Creio que Ma Long é o favorito para o ouro”, aposta seu treinador. “Agora devemos ficar atentos à força mental dele e livrá-lo do estresse.”

Pesa no desempenho do jogador a responsabilidade de ser considerado o melhor da História no tênis de mesa, na avaliação de alguns analistas — ainda mais potente e rápido que o lendário sueco Jan-Ove Waldner. A alcunha se soma à pressão de ser famoso em um esporte que é orgulho nacional. Ma Long reconhece que escrever seu nome junto ao rol de 24 chineses campeões olímpicos desde Seul-1988 passa por controlar a ansiedade.

“Devo me liberar deste peso”, explicou Ma Long à AFP. “É a única maneira de conquistar o ouro.”

Hegemonia na mesa

Em Londres-2012, a China garantiu o primeiro lugar nos quatro títulos em disputa na modalidade — repetiu a própria façanha de Pequim-2008, quando consolidaram de vez, e em casa, a hegemonia no tênis de mesa. A popularidade do esporte no país, inclusive, na opinião de Guoliang, é o que difere os chineses dos adversários. Antigamente, faltavam alternativas de prática esportiva aos pequenos chineses.

Até por isso, a Federação Internacional de Tênis de Mesa se preocupa que o domínio chinês desestimule o investimento no esporte em outros países. Um executivo da ITTF chegou a classificar a hegemonia chinesa de “devastadora”. Mas Ma Long desconversa que ele ou Zhang Jike sejam os favoritos ao ouro: insiste nas possibilidades dos rivais alemães e japoneses.

“Mas espero ganhar a batalha.”

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